23 de novembro de 2024
Brasil

Parada do Orgulho LGBT ocupa a Paulista com festa e recado político

Os potentes alto-falantes do trio elétrico que abre a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo ligaram o som por volta das 11h30, diante do Masp.

Desde as 10h a principal via da capital paulista recebe o público com a descontração que já é uma marca do evento: drags, muito arco-íris e fortões de pouca roupa.

O visível clima de festa não esconde o tom político da Parada: “Poder para LGBTI+ Nosso voto, nossa voz”, é o tema da 22ª edição da Parada de SP, considerada a maior do mundo.

A arquiteta Mônica Tereza Benício, viúva da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), assassinada no Rio, participa da Parada. De cima do trio, Mônica lembrou da atuação de Marielle como mulher negra, lésbica e favelada.

“É importante saber em quem a gente vota. Vir para rua fazer festa e fazer revolução”, disse. “O Brasil é um dos países que mais mata a sua população LGBT. Isso aqui é resistência política.”

O vereador paulista Gilberto Natalini (PV) e o deputado federal Orlando Silva (PC do B) também já falaram ao público, entre palmas e vaias.
“Nosso país está atravessando um momento muito difícil, precisamos resgatar muita coisa”, disse a cabeleireira Tânia Vasconcelos, 54, vestida especialmente para a data: maiô, plumas e um chifre de veado.

“E para a preservação da fauna, em todos os sentidos”, brinca ela.

“Vamos dar um soco no Congresso Nacional neste ano”, disse a drag Tchaka, que assumiu os microfones no início da festa. Em seguida, o público puxou “Fora, Temer”.

A organização da Parada já previa deste a semana passada uma queda de público como reflexo da paralisação dos caminhoneiros. Mas o público já é grande entre o Masp e a Fiesp.

“Nem a chuva me tira daqui”, disse a estudante Mayara Gonçalves, 20, com o rosto pintado com as cores do arco-íris em glitter. Há chance de chuva a partir das 13h, segundo a previsão.

São 18 trios previstos, que descem pela Paulista e avenida Consolação. O último trio deve chegar à Consolação às 18h. 

O prefeito Bruno Covas (PSDB) é esperado na Parada. No ano passado, o ex-prefeito João Doria não compareceu. (Folhapress)

Leia mais:


Leia mais sobre: Brasil