O presidente Michel Temer disse nesta quarta-feira (12) que há uma vocação centralizadora no povo brasileiro e, ao se referir a 1964, ano do golpe militar, afirmou que a população “gosta de que tenha um organismo que comande tudo”.
A avaliação foi feita em discurso do peemedebista sobre a evolução da questão federativa do país que, segundo ele, sempre foi “falsa”, “capenga” e “nunca foi verdadeira”. Em uma análise histórica, ele lembrou que também houve uma “absoluta centralização” entre 1930 e 1945, durante o governo de Getúlio Vargas.
“Veio 1964 e foi a vocação centralizadora do povo brasileiro. O povo gosta de que tenha um organismo que comande tudo, essa é a nossa realidade. A nossa visão não é compatível com a descentralização e com o sistema democrático, especialmente no que se paute pela absoluta obediência à ordem jurídica”, disse.
O discurso do presidente foi feito em cerimônia em que assinou medida provisória que prevê investimentos para obras de mobilidade urbana e saneamento básico para municípios. A previsão é de R$ 5,7 bilhões em parcerias público-privadas.
Ele disse ainda que, desde que assumiu o Palácio do Planalto, houve “tumultos dos mais variados” e ressaltou que, na história do país, a cada trinta anos, há uma reivindicação pela criação de um novo governo e de uma nova Constituição Federal.
“E agora aquela coisa extraordinária do desprezo absoluto às instituições renasce de uma força estupenda e todos começam a dizer que temos de mudar. Isso é muito ruim para o nosso país”, disse.
‘Saia justa’
No início da solenidade, o hino nacional foi anunciado, mas o áudio falhou. O presidente esperou o início da música de pé e chegou a chamar um funcionário do cerimonial para entender o que estava ocorrendo.
Como o problema não foi resolvido, pediu para que a plateia sentasse e tivessem início os discursos.
Além dessa “saia justa”, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não compareceu de novo à solenidade no Palácio do Planalto, apesar dela ter sido prevista em sua agenda oficial.
O mesmo ocorreu na terça-feira (11), quando a assessoria de imprensa do parlamentar disse que todos os convites recebidos por ele da Presidência são incluídos em sua agenda oficial.
A ausência ocorre no mesmo dia em que Maia disse que vai engavetar medida provisória preparada pelo Palácio do Planalto com salvaguardas aos trabalhadores, o que irritou o peemedebista.
Em conversas reservadas, Temer disse nesta quarta-feira (12) que honrará o compromisso firmado pelo líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), com a base aliada e editará a proposta. (Folhapress)
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