Na tentativa de reverter a queda nos índices de popularidade, o presidente Michel Temer discute fazer um pronunciamento público no final deste ano em cadeia nacional de rádio e televisão.
O objetivo da iniciativa é fazer um resumo dos sete meses em que esteve à frente do Palácio do Planalto e, como definiu um assessor presidencial, dar a versão do presidente sobre a sua própria administração.
Em conversas reservadas, o peemedebista tem se incomodado com a cobertura dos veículos de imprensa sobre propostas como o teto de gastos públicos e a reforma previdenciária, apontada como um dos motivos da baixa aprovação.
No discurso que tem sido elaborado no Planalto, o presidente ressaltaria a importância das medidas de ajuste fiscal para equilibrar as contas do país e retomar a geração de emprego em médio prazo.
Ele também faria questão de lembrar que pegou uma “herança maldita” do governo anterior e que, pelo tempo que está à frente da administração federal, não haveria como solucionar em curto prazo os problemas do país.
A ideia de convocar a cadeia nacional também tem sido defendida ao presidente por integrantes da base aliada, em uma tentativa de criar um discurso público único em defesa da aprovação da reforma previdenciária.
No Palácio do Planalto, contudo, há assessores e auxiliares presidenciais contrários a um pronunciamento público. Na avaliação deles, ele apenas estimularia protestos contra o governo federal, entre eles “panelaços” e “buzinaços” durante a transmissão do discurso.
A última pesquisa Datafolha, divulgada na semana passada, mostrou que a popularidade do presidente despencou desde julho, acompanhada da queda na confiança na economia a níveis pré-impeachment de Dilma Rousseff.
O levantamento foi feito antes da revelação de delação premiada de um ex-executivo da Odebrecht, na qual o presidente é citado 43 vezes.
PSDB
Na manhã desta segunda-feira (19), o presidente recebeu o senador Aécio Neves (PSDB-MG) no Palácio do Planalto. No encontro, o tucano reafirmou o apoio do partido ao governo federal, mesmo diante da resistência do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).
Na conversa, o peemedebista também garantiu ao tucano que pretende indicar o deputado federal Antônio Imbassahy (PSDB-BA) para a Secretaria de Governo, mas apenas após a eleição do novo presidente da Câmara dos Deputados, em fevereiro.
A nomeação deve ser feita no rastro de uma minirreforma ministerial programada pelo presidente para o ano que vem, que deve envolver pastas como Saúde, Trabalho, Meio Ambiente e Planejamento.
Folhapress
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