23 de dezembro de 2024
Política

Para presidente do PSDB, Maia “tem condições” de conduzir o país até 2018

Tasso Jereissati e Rodrigo Maia
Tasso Jereissati e Rodrigo Maia

O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), disse nesta quinta-feira (6) que, se Michel Temer for afastado do cargo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), “tem condições” de conduzir a transição do país até as eleições de 2018.

“Se vier a afastar o Temer, Maia é presidente por seis meses. Aí ele tem condições de fazer, até pelo cargo que exerce como presidente da Câmara, de juntar os partidos ao redor de um nível mínimo de estabilidade do país”, disse.

O nome de Maia como eventual substituto de Temer em uma eleição indireta voltou a ganhar força depois que a Câmara deu início, nesta semana, à análise de uma denúncia contra o presidente.

Além disso, mesmo sem a realização de eventuais eleições indiretas, Maia poderá assumir interinamente a Presidência da República se Temer for afastado pelo STF (Supremo Tribunal Federal). O peemedebista é alvo de denúncia por corrupção passiva elaborada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que, se aceita, gera automaticamente seu afastamento do cargo por até 180 dias.

Para que o pedido seja analisado pelo Supremo, é necessária uma autorização prévia pela Câmara, por pelos menos 342 deputados. A escolha do deputado Sérgio Szveiter (PMDB-RJ) como relator da denúncia foi vista como um balde de água fria para o governo, que vê mais dificuldades em frear a denúncia, já que ele não tem se mostrado como aliado do Palácio do Planalto.

Para Tasso, se o relatório de Szveiter for pela aceitação da denúncia, não haverá mais saída para Temer. “Se o relator, que é do PMDB, der um voto para afastar o Temer, cai uma pilastra. Aí não tem jeito. Quer coisa mais significativa que isto?”, disse.

O presidente do PSDB disse não ter condições de avaliar se Temer é culpado ou não pelos crimes dos quais é acusado. “Mas tenho capacidade dizer que estamos chegando na ingovernabilidade”, disse, comparando a situação ao governo da ex-presidente Dilma Rousseff. “Entre as razões que levaram Dilma a cair, a principal foi a falta de governabilidade. Agora está acontecendo a mesma coisa”, afirmou.

Tasso defendeu ainda que seja feito “qualquer tipo de acordo” para que o país tenha uma estabilidade “mínima” até as eleições de 2018. “Isso não é difícil”, disse. O tucano disse ainda que num próximo governo é necessário que a atual equipe econômica permaneça. “E o governo tem de ser o mais próximo possível do intocável em termos de postura ética.”

O senador comentou ainda as notícias de que o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) está negociando um acordo de delação premiada, como escreveu Mônica Bergamo, colunista da Folha de S.Paulo. “Aí não tem nem o que discutir mais. Se vier a delação, não sei quem vai ser citado e quem não vai ser, mas vai ser um semestre terrível para nós”, disse.


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