O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Goiás (Abrasel-GO), Fernando Jorge, avalia que o decreto editado pelo governo estadual, acompanhado pelo município de Goiânia, está frágil e perdeu adesão da população e também de comerciantes.
Em entrevista à Rádio Bandeirantes Goiânia, ele destacou que, com o prolongamento das medidas restritivas, as pessoas migram para a informalidade e o setor produtivo regulamentado é penalizado.
“O comércio não parou. O decreto está muito frágil, perdeu força. As pessoas não estão mais aguentando esse tipo de imposição. Até porque sabemos que não tem fiscalização. A informalidade toma conta de Goiânia. O problema está no transporte público, na invasão de ruas, pessoas vendendo e se aglomerando porque não aguentam mais. O setor produtivo está pagando um preço altíssimo, muito caro”, afirmou.
O novo decreto, apesar de criticado, dá um alento a donos de restaurantes. Os estabelecimentos poderão abrir nos 14 dias em que as atividades econômicas terão autorização para funcionar. A permissão não se estende aos bares. “Para quem está há mais de 100 dias fechado, qualquer coisa já serve. Vamos reabrir as portas e estamos preparados. Não aguentamos mais ficar fechados. Não existe atividade econômica no mundo que dá conta de ficar mais de 100 dias fechada”, afirmou.
Insegurança jurídica
O presidente da Abrasel-GO citou que a intermitência traz dúvidas de ordem jurídica aos empresários. As principais questões ainda não respondidas são sobre os contratos dos funcionários. Atualmente, o governo federal banca parte dos vencimentos dos colaboradores pela MP 936. Contudo, ainda não se sabe se esse benefício continuaria em caso de reconvocação.
“Se resgatar alguns para trabalhar nesse período de 14 dias, vamos ter que arcar com as despesas e eles podem perder a MP. É um trabalho intermitente e tentamos enter a situação”, afirmou. Fernando Jorge ainda criticou a falta de diálogo e citou outros problemas da intermitência não planejada. “Infelizmente, quando o pessoal faz o decreto, não falam com o setor produtivo. Simplesmente fazem e não sabem dos prolemas que temos para contratação, compra de matérias-primas que vencem num prazo muito curto. Precisamos achar o ponto de equilíbrio para as vendas novamente e 14 dias é muito pouco para isso”, argumentou.
De acordo com uma estimativa da Abrasel-GO, o setor já demitiu mais de 15 mil pessoas em todo o estado de Goiás. Além disso, a entidade contabiliza cerca de 3 mil empresas que fecharam as portas nesse período epidêmico em território goiano.
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