A equipe do presidente Michel Temer avalia que a provável assinatura do acordo de delação da Odebrecht tem o risco de atingir a cúpula do governo federal, mas também pode acabar de “vez com o fantasma” que estava gerando imobilismo em alguns setores de Brasília.
Segundo assessores presidenciais, agora é preciso tomar conhecimento dos detalhes dos prováveis acordos dos executivos da empreiteira para saber a “exata dimensão” dos efeitos das revelações sobre a equipe ministerial e a base aliada no Congresso Nacional.
A expectativa é que a delação gere turbulências no Palácio do Planalto e na Esplanada dos Ministérios, podendo inclusive atingir de forma irreversível assessores diretos do presidente. Em relação ao peemedebista, assessores avaliam que ele deve ser citado pelos executivos da empresa, mas nada que seja considerado fatal.
O Palácio do Planalto não acredita que o conteúdo possa atingir diretamente o presidente, com a hipótese apenas de citações laterais. Há o receio, contudo, de que envolva pelo menos quatro ministros e aliados do governo em siglas como PSDB, PMDB e DEM.
Em relação ao que é considerado o “lado bom” da delação, um assessor de Temer disse à reportagem que a assinatura do acordo vai pôr fim ao clima de “incerteza e insegurança” no mundo da política. Segundo o auxiliar, será como separar de vez o joio do trigo para que o país comece uma nova etapa de sua história.
A preocupação de uma ala do governo é que a indefinição sobre a delação da Odebrecht estava retraindo investidores que já estavam planejando aplicar recursos no Brasil, mas decidiram fazer uma “parada estratégica” até que o acordo venha a público.
Em conversa com a reportagem, um investidor confirmou esta posição e disse que, revelada a delação da Odebrecht, agora será possível saber com quem será possível conversar dentro do governo e no Congresso Nacional.
Folhapress
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