22 de dezembro de 2024
Economia • atualizado em 13/02/2020 às 10:05

Para Moody’s, adiamento da reforma é fator de crédito negativo para o país

O adiamento da votação da reforma da Previdência para fevereiro é um fator de crédito “negativo” e indica falta de apoio política à proposta, afirmou a agência de classificação de risco Moody’s em comentário divulgado nesta quinta (14).

Para a Moody’s, o adiamento “aumenta a possibilidade de que a reforma não seja aprovada no ano que vem, dada a incerteza em torno das eleições presidenciais”.

“O adiamento fortalece as preocupações sobre a capacidade do governo para cumprir o teto de gastos e endereçar efetivamente as tendências fiscais adversas que têm gerado uma persistente deterioração do perfil de crédito do país nos últimos anos”, afirmou no comentário.

Na Moody’s, o Brasil tem rating Ba2, o que situa o país no grau especulativo, ou seja, considerado mau pagador de dívidas. A perspectiva é negativa, o que indica possibilidade de um rebaixamento.

Nesta quinta, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou que a reforma só será votada em 19 de fevereiro. As discussões devem ser iniciadas no dia 5 de fevereiro.

Mais cedo, o relator da reforma da Previdência, Arthur Maia (PPS-BA), admitiu nesta quinta (14) flexibilizar a proposta do governo, em tentativa de votar o texto em fevereiro.

“Penso que teremos que fazer em janeiro um trabalho político de conscientização dos parlamentares, mesmo queimando o recesso e vamos voltar para, em fevereiro, votar este tema”, admitiu, ao deixar reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), deputados e representantes dos servidores públicos.

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), já havia antecipado na quarta-feira (13), que a reforma ficaria para 2018, já que o Palácio do Planalto não conseguiu os 308 votos necessários para aprovar a matéria.

Tanto Maia como o governo resistiam em admitir o adiamento da votação.

Uma reunião entre o presidente da Câmara, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE) e o presidente Michel Temer aconteceria nesta tarde.

No entanto, Temer ainda se recupera de uma cirurgia urológica em São Paulo e só deve retornar a Brasília na sexta-feira (15). (Folhapress)

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