O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta quinta-feira (8), em Paris, que não vê como um problema um possível atraso na aprovação das reformas da Previdência e trabalhista. Para ele, não haverá uma grande diferença se as reformas passarem apenas no segundo semestre deste ano, ao lembrar que essas medidas são de longo prazo.
“Não há dúvidas de que se for aprovada em junho, melhor. Se for aprovada na primeira quinzena de julho, antes do recesso, bom. Agora, vamos dizer que, por alguma razão, vote em agosto. Do ponto de vista iminentemente da produtividade do país, não serão 15 dias, 20 dias ou um mês que vão fazer uma diferença”, afirmou Meirelles.
O Palácio do Planalto pretende levar a reforma previdenciária à votação no plenário da Câmara dos Deputados apenas depois da apresentação da denúncia contra o presidente Michel Temer pela PGR (Procuradoria-Geral da República).
Como a reforma enfrenta resistência até na base aliada, a avaliação de assessores e auxiliares presidenciais é de que ela “mais atrapalharia do que ajudaria” neste momento e de que o esforço prioritário deve ser o de garantir a permanência do peemedebista no cargo.
“A [reforma da] Previdência subiu no telhado momentaneamente. Deve ficar para agosto. Até que poeira baixe, não dá para computar voto”, disse o deputado Beto Mansur (PRB-SP), um dos principais aliados de Temer no Congresso.
Meirelles, no entanto, disse acreditar que há uma “possibilidade boa de haver votação ainda este mês”.
O ministro descartou que será necessário voltar a negociar as reformas, mas só irá analisar essa possibilidade quando retornar ao Brasil, neste fim de semana, disse.
“O relatório foi já suficientemente negociado, está em andamento. Nossa expectativa é que o projeto vai seguir como está”, afirmou. (Folhapress)
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