A condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi avaliada com precaução nesta quarta-feira (12) pela equipe do presidente Michel Temer.
O diagnóstico é que a sentença não deve causar impactos na votação da denúncia por corrupção passiva contra Michel Temer, mas tem o potencial de acirrar o cerco sobre a classe política em geral, incluindo o Palácio do Planalto.
A avaliação é que os parlamentares com afinidade com o petista já votariam contra o peemedebista, não havendo espaço para retaliações em relação à acusação da PGR (Procuradoria-Geral da República).
Nas palavras de um auxiliar presidencial, no entanto, a condenação é um “ataque forte à classe política”, que reforça o sentimento de rejeição ao quadro atual. Para ele, com o processo jurídico contra o petista caminhando para o fim, as atenções do Poder Judiciário “devem se voltar contra o atual governo”.
Caso 342 dos 513 deputados federais votarem pelo prosseguimento da denúncia, ela será enviada ao STF (Supremo Tribunal Federal), que poderá absolver ou condenar o presidente. Se for mantida a decisão em primeira instância contra o petista, e ele se tornar inelegível para a sucessão presidencial de 2018, a avaliação do Palácio do Planalto é de que o cenário eleitoral irá se fragmentar ainda mais.
Sem o principal nome da esquerda, a aposta é de que alternativas ao centro, mas com bandeiras progressistas, devem se fortalecer, como Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT). Para um ministro, os votos também podem migrar para nomes que se identificam como fora da política tradicional, como João Dória (PSDB) e Joaquim Barbosa (sem partido).
A sentença do juiz Sergio Moro é a primeira contra o petista no âmbito da Operação Lava Jato. Caso a condenação seja confirmada em segunda instância, pelo TRF (Tribunal Regional Federal), Lula será preso e pode ficar inelegível. O tribunal leva, em média, cerca de um ano e meio para analisar as sentenças de Moro. (Folhapress)
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