O candidato do PDT à sucessão presidencial, Ciro Gomes, criticou nesta sexta-feira (10) proposta aprovada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) de reajuste salarial para o próximo ano.
Segundo ele, o aumento de 16,38% foi feito de maneira inábil, em um momento inapropriado e parece um “achincalhe” diante da realidade da população brasileira.
“É uma absoluta falta de sensibilidade, com todo o respeito às excelências da Suprema Corte, quanto mais aos quatros que votaram contra, que em um momento de sacrifício para a população, os maiores salários da administração considerem atribuir-se a si um reajuste nessa ordem”, disse.
Na saída de debate entre os candidatos a presidente na Rede Bandeirantes, Ciro disse ainda à reportagem que, hoje, 13 milhões de pessoas estão desempregadas e 63 milhões de pessoas estão com o nome sujo por dívidas no país.
“Foi inábil e me parece quase acintoso ao estado de espirito sofrido do nosso povo”, afirmou.
Ele ponderou, contudo, que o maior problema hoje do país não são os salários pagos aos servidores públicos, mesmo que tenham privilégios, mas que metade do orçamento brasileiro seja controlado pelo que chamou de “baronato financeiro”, em uma referência ao pagamento de juros.
A proposta orçamentária de aumento salarial deve ser enviada ao Congresso ainda neste mês. O reajuste para os magistrados só passará a valer se o Legislativo o aprovar. O índice de 16,38% era pleiteado pela magistratura desde 2015.
O salário de um ministro é o teto do funcionalismo e hoje está em R$ 33,7 mil. Com o índice, poderá ir para R$ 39,3 mil.
Se for sancionado pelo presidente, o reajuste terá impacto sobre os salários de juízes e membros do Ministério Público de todo o país, além de parlamentares, ministros do Tribunal de Contas da União, entre outros.
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