Após a polêmica envolvendo a compra de mais de 35 mil unidades de Sildenafila, conhecido popularmente como Viagra, pelas Forças Armadas, o presidente Jair Bolsonaro comentou sobre o assunto nesta quarta-feira (13) e disse que isso ‘não é nada’.
“Com todo o respeito, isso não é nada. A quantidade para o efetivo das três forças, obviamente, muito mais usado pelos inativos e pensionistas”, diz Bolsonaro durante um café da manhã com ministros, parlamentares e pastores evangélicos, na residência oficial do Palácio da Alvorada.
Ainda de acordo com o presidente, as Forças Armadas estão ‘apanhando’ por conta da compra e culpa a imprensa por repercutir o caso.
Bolsonaro ainda disse que a compra de Viagra é para combater a hipertensão arterial. “As Forças Armadas compram o Viagra para combater a hipertensão arterial e, também, as doenças reumatológicas. Foram 30 e poucos mil comprimidos para o Exército, 10 mil para a Marinha, e eu não peguei da Aeronáutica, mas deve perfazer o valor de 50 mil comprimidos”, afirma.
Processo de compra de Viagra para as Forças Armadas
Todo processo licitatório para a aquisição dos 35 mil comprimidos de Viagra para as Forças Armadas está no Portal da Transparência do Governo Federal. O caso ganhou repercussão nesta segunda-feira (11), quando o deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) pediu explicações ao Ministério da Defesa sobre a compra dos medicamentos.
Segundo o governo federal, os commprimidos foram distribuidos da seguinte forma:
- 28.320 unidades destinadas à Marinha;
- 5 mil unidades destinadas ao Exército;
- e 2 mil unidades destinadas à Aeronáutica.
O Tribunal de Contas da União (TCU) já abriu processo para fiscalizar a compra dos Viagras, com suspeita de superfaturamento que pode chegar a 143%. O relator é o ministro Weder de Oliveira. O processo é resultado de representação do deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) e do senador Jorge Kajuru (Podemos-GO).
O processo 00106/2020, com o princípio ativo Sildenafila, composição Sal Nitrato (nome genérico do Viagra), para a compra de 15.120 comprimidos de 25 mg, estabelece como preço unitário R$3,65. A data da compra, para atender a Marinha, é 7 de abril de 2021. Acontece que outro processo, de número 00099/2020, para aquisição do mesmo medicamento, teve valor muito mais baixo. A data da compra, que atendeu o Exército, é 14 de abril de 2021 e cada comprimido saiu por R$1,50. Os dois processos são para atender unidades do Rio de Janeiro.
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