05 de dezembro de 2025
CHANTAGEM EM ESCALA • atualizado em 19/07/2025 às 10:41

Para atender os Bolsonaro, Trump suspende visto de Moraes e 7 ministros, ampliando crise diplomática

Após tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, Trump atende pedidos da família Bolsonaro e impõe sanções ao Judiciário
A pedido de família do ex-presidente, proibição
A pedido de família do ex-presidente, proibição

Uma nova medida inédita que atenta contra as relações diplomáticas entre Estados Unidos e Brasil, ocorreu na noite de sexta-feira (18), quando foi anunciada a proibição a Alexandre de Morais, e outros sete ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e seus parentes, de entrarem nos EUA. Para punir a mais alta corte judiciária do Brasil, Trump decidiu suspender os vistos.

Depois do tarifaço de 50% imposto aos produtos brasileiros exportados para o país, que na verdade, tem a balança comercial a seu favor, Trump pune o judiciário, novamente, a partir de alegações da família Bolsonaro.

Na sexta, o ex-presidente foi alvo de medidas cautelares por estar financiando e estimulando os atos do filho, Eduardo Bolsonaro, para que o governo Trump puna a economia do país em coação visando livrar o pai do processo no STF por tentativa de golpe de estado. Não se tem notícia de medidas extremas assim tomadas contra a economia e o Judiciário brasileiros.

Segundo o jornal O Globo, Bolsonaro chegou a ser pressionado por empresários, lideranças do agronegócio que o apoiavam a pedir a Trump que a tarifa de 50% não seja implementada em agosto, mas ele não cedeu aos apelos. Ao contrário.

“Ao invés disso, o ex-presidente, seus filhos e os aliados mais próximos preferiam que o governo Trump adotasse as sanções contra o STF, por considerá-las mais efetivas e palatáveis aos seguidores do ex-presidente”, destacou o jornal.

Nessa linha, atendendo à família Bolsonaro, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, anunciou por uma rede social a suspensão do visto de Moraes. Também serão alvo os ministros Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Edson Fachin, Gilmar Mendes e os parentes de todos eles. A lista também teria o nome do procurador-geral da República, Paulo Gonet.

Ficarão fora da proibição, os ministros indicados por Bolsonaro, André Mendonça e Nunes Marques, e também Luiz Fux, visto como mais “sensível” nos julgamentos sobre a tentativa de golpe que envolvem o ex-presidente, militares de alto escalão, políticos entre dezenas de outras pessoas listadas na ação penal.

Eduardo agora diz que articula interferência nas eleições de 2026

Além da punição sem precedentes aos ministros, a família Bolsonaro, através de Eduardo, que é o principal alvo da ação do STF de sexta-feira, está articulando também uma interferência na vida financeira de Moraes, cogitada para os próximos dias.

Por fim, também na sexta-feira, Eduardo ainda assumiu, em entrevista à CNN estar articulando para que os EUA não reconheçam a legitimidade das eleições do próximo ano. É uma nova chantagem, que neste caso exige que o pai dispute a eleição. Entretanto, Jair Bolsonaro foi condenado à ilegibilidade com pena até 2030 por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação para atacar o sistema eleitoral brasileiro.


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