Bastou uma rápida olhada na escalação do Palmeiras e nos espaços vazios do Allianz Parque e até o mais desavisado fã de futebol percebeu, mesmo antes da bola rolar, qual era a equipe com mais interesse em vencer nesta quarta-feira (16).
Contudo, apesar do baixo público e de ter apenas Dudu e Borja dos habituais titulares, o Palmeiras mostrou força e venceu por 3 a 1 o Junior Barranquilla, garantindo a melhor campanha da Libertadores, com 16 pontos.
Dessa forma, decidirá todas as fases de mata-mata sob seus domínios.
Mas eram os colombianos quem de fato decidiam a vida na competição, precisando ganhar para classificar à próxima fase do torneio.
No início da partida, o Junior procurou marcar em cima, e o time alviverde, repleto de reservas, ainda buscava se encontrar em campo.
Para os escolhidos de Roger Machado, valia ótima oportunidade de mostrar trabalho em um elenco recheado e inflado como é o alviverde.
Quem buscou fazer valer a chance desde o início foi o venezuelano Guerra, se movimentando e procurando as jogadas de gol principalmente com Willian e Borja.
Mas o protagonismo palmeirense, ao menos entre os que não vêm jogando, foi de Fernando Prass. Em erro de passe na defesa, a bola caiu no talentoso meia Chará, que tocou para Yony González. Este serviu Teo Gutiérrez e, cara a cara com Prass, o atacante viu o goleiro crescer para impedir o gol.
Já no fim da etapa inicial, Fernando Prass fez mais duas ótimas defesas para garantir o 0 a 0 parcial. Na saída dos atletas de campo, vaias da arquibancada. Reflexo ainda do clássico perdido no último domingo para o Corinthians.
No vestiário, os atletas visitantes certamente receberam a notícia de que o Boca Juniors já ganhava por placar elástico do Alianza Lima e, dessa forma, garantia sua ida às oitavas da Libertadores.
Mas foi o Palmeiras que voltou melhor para a etapa final. Aos 4min, Tchê Tchê arriscou de longe e mandou no travessão. Dois minutos depois, Mayke avançou pela direita e cruzou. O goleiro Viera não segurou, e a bola sobrou no pé de Borja, que abriu o placar.
Principal nome do primeiro tempo, Fernando Prass voltou a ser decisivo nos 45 minutos finais. Teo Gutiérrez perdeu no corpo para Luan, mas o árbitro paraguaio Enrique Cáceres marcou pênalti em decisão controversa.
Barrera cobrou forte, rasteiro, e Prass, reserva de luxo desse Palmeiras, segurou bem no canto. Poucos minutos depois, buscando cortar um lançamento, Prass deixou a meta para dar um chutão para frente. A bola encontrou Willian, que dominou, parou e esperou Borja entrar pela direita para marcar o seu segundo no jogo.
Nem o gol de Gutiérrez atrapalhou a vitória palmeirense, confirmada com mais um gol de Borja, terceiro na partida e sexto no torneio.
Por ironia, a vitória palmeirense ajudou a classificar o Boca Juniors, algoz alviverde nas Libertadores de 2000, 2001 e convidado incômodo na despedida do velho estádio Palestra Itália, quando venceu por 2 a 0. Mas o futebol dá a oportunidade de revanche. Quem sabe, nos mata-matas. E no novo Allianz Parque, onde o Palmeiras, invicto, confirmou a melhor campanha da Libertadores.
PALMEIRAS
Fernando Prass; Mayke, Luan, Emerson Santos, Victor Luís; Thiago Santos, Tchê Tchê (Bruno Henrique), Guerra (Deyverson); Willian, Borja (Hyoran), Dudu. T.: Roger Machado
JUNIOR BARRANQUILLA
Viera; Piedrahita, Ávila, Arias, Murillo (Perez); Pico, Cantillo, Chará (Ruiz), Barrera, Yony González (Diaz); Teo Gutiérrez. T.: Julio Comesaña
Estádio: Allianz Parque, em São Paulo
Juiz: Enrique Cáceres (Paraguai)
Cartões amarelos: Emerson Santos (Palmeiras); Piedrahita (Junior)
Público: 25.787 pagantes
Renda: R$ 1.621.350,28
Gols: Borja, aos 6min, 14min e 23min do segundo tempo (Palmeiras); Teo Gutierrez, aos 21min do segundo tempo (Junior)
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