Por Glauco de Pierri
A missão da Juazeirense diante do Palmeiras não era fácil. Depois de perder o jogo de ida, na Arena Barueri, por 2 a 1, a equipe baiana precisava reverter o placar nesta quarta-feira para tentar avançar às oitavas de final. O time resistiu bem, fez mais um jogo de muita entrega física em Londrina, no Paraná, mas a qualidade do adversário alviverde falou mais alto – a equipe de Abel Ferreira venceu novamente por 2 a 1 e avançou na Copa do Brasil.
Mandante do jogo de volta, a diretoria da Juazeirense preferiu optar pelo lado financeiro e levou a partida para a cidade paranaense, conhecida pela grande quantidade de palmeirenses que vivem por lá – e que fica a mais de 2,5 mil quilômetros de distância de Juazeiro, no interior da Bahia.
A pequena vantagem obtida no primeiro jogo fez Abel Ferreira mandar a campo os principais jogadores da equipe e o Palmeiras tratou de buscar o gol logo no começo da partida. O time poderia ter aberto o placar logo no primeiro minuto, mas o chute forte de Dudu explodiu no travessão.
O susto fez a Juazeirense se recolher ainda mais em sua defesa. Assim, na maior parte do primeiro tempo, nada menos do que 21 jogadores dos dois times ocupavam o campo do time baiano, 11 se defendendo e outros 10 buscando o gol – apenas o goleiro Weverton ficava na defesa palmeirense.
Com o gramado do Estádio do Café pesado, os meias do Palmeiras investiram em bolas pelo alto para tentar encontrar algum jogador em boa condição de fazer o gol. Eles conseguiram, mas o time paulista segue sua rotina de desperdiçar ótimas chances – foram duas claras com Rony e um bom chute de longe de Danilo, novo jogador da seleção brasileira.
E foi dos pés da nova opção de Tite para os amistosos do Brasil, que se prepara para a Copa do Mundo do Catar, que surgiu o primeiro gol do Palmeiras. Aos 41, Scarpa cruzou da direita para a área, a bola iria entrar, mas Calaça fez boa defesa. No rebote, Danilo apenas empurrou para o fundo da rede, para a festa da torcida em Londrina – foi o quarto gol do volante na temporada.
SURPRESA
Os dois treinadores não mexeram no intervalo e o Juazeirense seguia seu plano à risca – defesa meticulosa e, quem sabe, encaixar um contra-ataque. Pois ele surgiu e assim como na partida contra o Fluminense, no domingo, pelo Brasileirão, saiu pelo lado esquerdo da defesa do Palmeiras e de novo foi fatal.
Aos cinco minutos, Ian partiu em velocidade pela direita, da intermediária até a linha de fundo, nas costas de Jorge, que de novo não fez a chamada falta tática para evitar o gol. Mesmo cercado por três palmeirenses, ele cruzou na medida para Nildo, sozinho dentro da área, empatar o jogo.
Após todo o trabalho para abrir a defesa rival ir por água abaixo no início do segundo tempo, o time alviverde voltou a “martelar” e também a perder chances – Zé Rafael, Scarpa e Danilo pararam nas mãos do goleiro Calaça antes dos 20 minutos.
Com o Palmeiras receoso, o jogo ficou truncado. O alívio só surgiu aos 37, quando em uma disputa na área, a bola bateu no braço de Daniel e o árbitro assinalou o pênalti, mais uma vez convertido pelo Raphael Veiga – o 23.º batido pelo meia e o 23.º gol de pênalti anotado pelo clube. Depois, o time fez o tempo correr e assegurou a vitória, fora de casa, mas com muito apoio da torcida.
JUAZEIRENSE – Rodrigo Calaça; Dadinha, Eduardo, Wendell e Daniel; Waguinho, Patrik (Érico Júnior), Clébson (Nixon) e Deysinho (Willian Anicete); Nildo (Thalison) e Ian Augusto (Thauan). Técnico: Barbosinha.
PALMEIRAS – Weverton; Marcos Rocha, Murilo, Gustavo Gomes e Jorge; Danilo, Zé Rafael (Atuesta), Raphael Veiga (Gabriel Menino); Scarpa, Rony (Navarro) e Dudu (Breno Lopes). Técnico: Abel Ferreira.
GOLS: Danilo, aos 41 do 1º Tempo; Nildo, aos 5, Raphael Veiga, aos 37 do 2º Tempo.
ÁBITRO – Bruno Arleu de Araújo (RJ).
CARTÕES AMARELOS – Wendell, Daniel Nazaré.
RENDA – R$ 2.276.000,00.
PÚBLICO – 26.000 pagantes.
LOCAL – Estádio do Café, em Londrina (PR).
(Conteúdo Estadão)