05 de dezembro de 2025
JURI POPULAR • atualizado em 10/09/2025 às 17:01

Pai que matou motorista bêbado após morte do filho é absolvido por júri popular em Goiânia

Tribunal reconheceu violenta emoção e absolveu vendedor de balinhas acusado de homicídio após tragédia em 2022
Júri popular entendeu que pai agiu sob emoção ao ver menino morto por motorista alcoolizado - Fotomonagem: reprodução redes sociais
Júri popular entendeu que pai agiu sob emoção ao ver menino morto por motorista alcoolizado - Fotomonagem: reprodução redes sociais

O Tribunal do Júri da 2ª Vara Criminal dos Crimes Dolosos Contra a Vida, em Goiânia, entendeu que o vendedor de doces Dedilson de Oliveira Souza, agiu sob violenta emoção quando matou o motorista bêbado que atropelou e causou a morte do filho, Danilo Pignata de Oliveira, de 8 anos, em dezembro de 2022. O vendedor foi absolvido da acusação pelo júri popular nesta quarta-feira (10).

A sentença foi lida em plenário pelo juiz Lourival Machado da Costa, presidente do Tribunal do Júri.

Violenta emoção ao ver filho morto e motorista fugindo

O Ministério Público, a defesa e os jurados reconhecerem que o acusado agiu em uma situação de violenta emoção e não poderia ter tido conduta diversa quando atingiu o motorista Francilei da Silva Jesus com uma pedra na cabeça.

O motorista conduzia um VW Gol sob efeito de álcool, perdeu o controle da direção e atropelou pai e filho, tentando fugir logo depois. Ao ver o filho sem sinal de vida pelos ferimentos gerados com o impacto, Dedilson tentou segurar Francilei, lutou com ele e agiu tomado pela dor.

O acidente ocorreu próximo do Natal, em 17 de dezembro de 2022. Dedilson vendia balas no canteiro central da Avenida Anhanguera, no cruzamento com a rua Pirineus, no Setor Esplanada do Anicuns, acompanhado do menino. Em alta velocidade, o motorista não conseguiu fazer uma curva e subiu no canteiro, atingindo os dois em cheio.

Dedilson viu o menino sem vida e se desesperou. Ao perceber que o condutor tentava sair do local, o vendedor o derrubou e desferiu golpes contra a cabeça da vítima usando uma pedra.

Morte no hospital

Francilei foi levado em estado grave para um hospital e ficou internado por três dias, mas não resistiu aos ferimentos. Com a morte do motorista, a Polícia Civil concluiu o inquérito informando que o vendedor agiu em legítima defesa, “no calor do momento”, ao impedir a tentativa de fuga que ocorreria sem prestar socorro ao filho.

Desde então ele respondia perante a Justiça pelo chamado “homicídio privilegiado”, fundamentado na violenta emoção.

O Conselho de Sentença acolheu a tese absolutória e, em decisão soberana, o júri popular absolveu Dedilson da acusação nesta quarta-feira.

Tragédia perto do Natal

No dia 17 de dezembro de 2022, o vendedor ambulante e o filho foram atropelados pelo motorista embriagado que perdeu o controle do veículo e avançou sobre o canteiro central da Avenida Anhanguera, no setor Esplanada do Anicuns.

A criança foi lançada contra uma árvore próximo de onde estava com o pai que vendia balinhas. Danilo Pignata morreu na hora.

A Polícia Civil concluiu que Dedilson, desesperado e movido pela dor da trágica e súbita perda, entrou em luta corporal com o motorista, desferindo diversos golpes com uma pedra.

Três dias depois, o motorista também faleceu vítima dos ferimentos na cabeça.

O inquérito considerou que o vendedor agiu em legítima defesa, no “calor do momento”, e que utilizou a força como único meio de impedir a fuga do autor do atropelamento, que terminou também sendo vítima fatal da trágica circunstância.


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