O Google anunciou nesta terça-feira (18) que fará mudanças na sua homepage para incluir o que a empresa chama de Feed, uma seção com notícias, alertas, informações pessoais, vídeos populares e outras sugestões que o buscador considerar útil especificamente para o usuário.
Esse agregador de “interesses” será implementado nesta quarta-feira (19) no app principal do Google para Android e para iPhone nos EUA
A novidade chega para o Brasil e demais países dentro de duas semanas.
A página principal do Google no computador -que, em essência, não mudou desde que foi lançada, em 1998- receberá as mudanças “em breve”, disse a empresa.
Cada usuário terá um Feed personalizado. Para decidir o que mostrar, a companhia usará localização, dados do histórico de navegação na web, buscas realizadas no Google e informações de outros serviços da empresa, como Gmail, YouTube e Calendar, seja no celular, seja desktop.
Além de deduzir os assuntos que são caros aos internautas, o Google permitirá “seguir” ou abandonar qualquer tema.
Já é possível usar o aplicativo para receber notícias sobre celebridades, acontecimentos noticiosos e times de futebol, e isso será expandido para praticamente todo tópico: raças de cachorro, áreas de conhecimento, objetos colecionáveis e por aí vai.
“O Feed é como a busca do Google, mas sem usar termos”, disse Karen Corby, diretora da equipe responsável pelo Feed, durante o evento de imprensa realizado para o anúncio, em San Francisco (EUA).
“Temos muitas paixões, mas muitas vezes não temos o tempo ou a energia para nos mantermos atualizados sobre todas elas.”
A novidade faz parte de uma batalha para o Google manter-se mais relevante que concorrentes como Facebook (cuja página principal chama-se Feed de Notícias) usando inteligência artificial. Apple, Amazon e Microsoft também alardeiam seus próprios “assistentes pessoais”, de função semelhante.
Notícias e “trending topics” (assuntos em voga) farão parte do Feed, além dos já existentes alertas oriundos do calendário ou da previsão meteorológica. Durante o evento de anúncio, a empresa mencionou diversas vezes YouTube e vídeo -o que sugere forte presença de conteúdo audiovisual no serviço.
A empresa afirmou que “não planeja” exibir propaganda no Feed, mas isso não quer dizer que não usará os dados que o usuário inserir nele com fins publicitários.
“Os dados que eles [Google] acumulam a partir disso é um ativo muito valioso”, disse à Folha Barry Schwartz, especialista em busca na internet e diretor do site Search Engine Land.
Para ele, a privacidade de quem usa serviços da companhia não estará mais em risco por causa desse novo serviço.
“O Google já sabe tanto sobre os usuários… O fato de eles declararem interesse em um tipo de conteúdo não é mais arriscado que hospedar e-mails, compartilhar termos de busca ou a localização o tempo todo”, diz Schwartz.
Segundo a gigante tecnológica, o usuário poderá decidir o que quer compartilhar para fins de personalização do Feed. É possível, por exemplo, esconder a localização do celular perante os olhos do Google, apagar todo o histórico de buscas ou buscas específicas.
Na versão atual do seu app, a empresa já mostra sugestões de compras em que o usuário possa ter interesse.
No fim do mês passado, a União Europeia multou o Google em 2,4 bilhões de euros (R$ 8,8 bilhões) pelo que determinou serem práticas anticompetitivas no seu serviço de comparação de preços de produtos. O Google disse que recorrerá da decisão.
A companhia incessantemente tenta aumentar mais a presença de seus produtos na vida dos usuários, com aparelhos como o alto-falante inteligente Home -cujas buscas também farão parte do catálogo de informações empregadas para refinar o Feed.
Também nesta terça, a companhia anunciou por meio de um comunicado o plano de fazer com que seu projeto de óculos inteligentes Glass sejam expandidos para o mundo corporativo. (Folhapress)
Leia mais:
- Facebook bloqueia a alteração do conteúdo de links compartilhados na rede
- Google é multado em quase R$ 9 bi na Europa por favorecer serviço próprio
Leia mais sobre: Tecnologia