A reunião dos seis partidos de oposição ao governo Michel Temer, nesta terça-feira (1º), terminou sem que eles chegassem a um consenso sobre marcar ou não presença na sessão desta quarta-feira (2) para garantir o início da votação da denúncia contra o presidente.
Após quase três horas, PT, PC do B, PSOL, Rede, PDT e PSB, apenas distribuíram tarefas e decidiram que, se forem dar quorum, isso não acontecerá pela manhã ou pela tarde.
“Eles querem encerrar quando o povo não está vendo telejornal”, disse Glauber Braga (RJ), líder do PSOL.
Na tentativa de retardar o início da sessão, a oposição vai questionar o rito estabelecido pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Assim como o governo, um grupo de deputados da oposição também vai telefonar para colegas indecisos para tentar conquistar seus votos.
Por enquanto, cada partido defende uma maneira de agir em relação a dar ou não quorum.
Deputados oposicionistas reclamam especialmente do comportamento do PT, que gostaria de derrubar Temer, mas também tenta prolongar o processo para aumentar o desgaste do presidente até as eleições de 2018.
O líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), nega que haja movimento do partido para deixar o governo “sangrar”, mas também não garante que a sigla contribuirá para o quorum da sessão.
“Vai se entender daqui a pouco”, respondeu o líder da minoria, José Guimarães (PT-CE), quando questionado se o PT já havia chegando a uma decisão.
A bancada do partido se reúne nesta tarde.
Para começar a votação, é preciso que ao menos 342 deputados registrem presença.
Para garantir que o quorum seja atingido, aliados de Temer querem que o deputado da oposição que falar ao microfone mesmo sem marcar presença seja contabilizado.
Cientes disso, os oposicionistas escalarão um pequeno número de representantes para se manifestar em plenário.
PROMESSA
Apesar da indefinição da oposição sobre colaborar ou não para que haja quorum, o presidente da Câmara afirmou nesta terça-feira que a votação da denúncia apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) contra Temer estará resolvida na tarde de quarta-feira.
“Acho que amanhã será votado e, com a votação, isso gera uma tranquilidade para a sociedade de que esse assunto estará resolvido na parte da tarde de amanhã”, afirmou Rodrigo Maia.
“Vai dar quorum, a gente vai votar. É nossa obrigação. Não pode ter um presidente denunciado e o parlamento não deliberar sobre isso. Independentemente da posição de cada um, é importante que a Câmara delibere”, disse o presidente da Câmara. (Folhapress)
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