22 de dezembro de 2024
Política

Oposição e situação avaliam o governo Caiado em debate

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Em entrevista a rádio Bandeirantes 820, os deputados Cairo Salim (Pros) e Thales Barreto (PSDB), avaliaram os seis meses do governo de Ronaldo Caiado.

Para Salim deputado da base caiadista, todo início de governo é difícil e cita algumas das dívidas herdadas por Caiado.  “Na Goinfra antiga Agetop são R$ 250 milhões de dívida, na saúde mais de R$ 250 milhões, salário de dezembro atrasado, a folha totalmente inchada. O governador nesses seis meses cortou na carne, mas de R$ 120 milhões para esse ano e teve que reduzir incentivos fiscais, enfim está adequando a máquina ao que ele arrecada e mesmo assim se encontra numa situação de déficit. Tenta entrar num plano de Recuperação Fiscal para conseguir fôlego e recursos para quitar a folha e deixar as contas em dia”, afirma.

Já para Thales que é oposição, é um governo que está a quem do que se esperava. “A gente vê que esse governo cometeu alguns erros até infantis, um governo que não preparou um projeto de transição. O governador preparou para ganhar as eleições, mas não para administrar. Montou um secretariado que não tem laços com Goiás, sem nenhum tipo de noção seja na educação, na saúde, em várias pastas importantes. E posteriormente as medidas encaminhadas para as Assembleia nesses seis meses, foram medidas mal elaboradas sem ser discutidas com segmentos atingidos. Várias  matérias foram para a Casa e foram retiradas porque não teve o debate necessário. É um governo perdido, então a gente vê um amadorismo”, ressalta.

Em relação ao incentivo fiscal, o deputado Cairo Salim se diz “totalmente favorável ao estilo que os governos goianos adotaram para industrializar Goiás. Se não fosse o incentivo fiscal poucas indústrias  estariam aqui, todo mundo reconhece isso. Mas, agora a realidade é outra, o Estado tem um problema de Caixa e existe uma dívida a ser paga foi por isso que houve as reduções dos incentivos para que a gente se adapte a essa nova realidade. A CPI dos incentivos fiscais vai ser muito importante para isso, para verificar as distorções e corrigir”, aponta.

O deputado Thales Barreto que faz  parte da CPI  dos incentivos fiscais, afirma que o crédito outorgado é para algumas empresas exagero. “Foram dados créditos outorgados em excessos,  até o levantamento em relação as maiores empresas que receberam esse crédito muitas vezes ganham mais dinheiro, ou seja vira lucro. Acredito que vamos ter um resultado positivo em relação a CPI, hoje, Goiás é referencia em termos de emprego. Temos que produzir para essa massa fora do Estado, para vir para cá tem que ter incentivo fiscal para gerar mão de obra, então é importante ter esse incentivo. A política de incentivo fiscal foi uma política importante para o desenvolvimento do nosso Estado”, diz.

Ainda na visão do deputado é um outro erro que teve nesses seis meses do governo estadual. “Buscaram sem nenhum estudo prévio, sem discutir com os segmentos e houve uma redução brusca. É um governo sem uma linha esse é o questionamento que eu faço. O governo deveria ter uma meta”, complementa Barreto.

Recuperação Fiscal

Salim afirma que é a favor da autorização da Assembleia para o Regime Fiscal. “Eu acho que se o governo entende que é uma medida importante para sanear contas, então vamos entrar. Assim, com o tempo ao contrário de privatizar tudo lá fala que as estatais serão privatizadas, mas não agora e nem que são todas. Então, temos que mostrar o que é melhor par ao governo”, explica o deputado.

Para o deputado da oposição a entrada no plano de Recuperação Fiscal é uma piada. “Isso é uma piada, o governo não vai entrar porque não dá conta de entrar, a situação está muito distante do que o Tesouro Nacional exige. O governo tem que agradecer o Gilmar Mendes por conta da liminar. O governo vai dar o calote de R$ 1,3 bilhão em três meses, o que o governo quer é tempo para conseguir fazer caixa”, detalha Thales.

Para o deputado Cairo Salim, a dificuldade que o governo enfrenta para aprovar pautas na Casa vem da complexidade das matérias. “Todo tipo de pauta complicada ninguém quer fazer. Tem que ter muita sensibilidade e diálogo com a Assembleia.  O secretariado é muito bem preparado , não é fácil colocar a casa em ordem.  Mas pode ter certeza que tudo vai ser colocado em ordem”, diz.

Já para Thales o problema é que o governo não conseguiu manter sua base, essa seria a dificuldade. “Nós queremos um Estado melhor. Mas, não vejo nada que possa mudar a linha desse governo, não sinto preparo e nem equipe para essa mudança”, salienta.

De acordo com Thales, tem que ser observado a história dos governos anteriores. “Em relação aos governos anteriores houve uma evolução muito forte, tanto é que Goiás foi de 17º para 8º economia. Hoje, é o Estado que mais tem duplicação, é referencia para o Brasil. Evidentemente as dificuldade são grandes, quando o Marconi saiu em abril de 2018 deixou o Estado sem nenhuma folha de pagamento em atraso. O governo teve muita dificuldades e muitas falhas, mas fez a sua história e pode ter certeza que muita gente vai ter saudade”, destaca.

 Salim, garante que as  dívidas  não vem somente do governo de  José Eliton. “Não podemos jogar toda a culpa no governador Ronaldo Caiado que não fez outra coisa se não enxugar a máquina administrativa e pensar uma maneira de lutar com o governo Federal para trazer novos recursos e retomar o crescimento. O que Goiás precisa é disso, se industrializar, gerar mais empregos, reduzir as contas, precisamos de um dinamismo”, conclui.


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