22 de novembro de 2024
Política

As diferenças entre a CPI do Cachoeira na ALEGO e a CPMI do Congresso

O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), tem conseguido mais proteção Federal que no próprio Estado. Enquanto membros da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) conseguem protelar sua quebra de sigilo telefônico, como evitaram a convocaçãodo  tucano até ontem, quando ele foi pessoalmente pedir para depor, a Assembleia Legislativa mal explica a falta de celeridade nos trabalhos e o desvio no foco das investigações.

Em Brasília, a reunião da Comissão que investiga relacionamentos políticos com o contraventor Carlinhos Cachoeira, foi agitada. Além do esperado silêncio do ex-diretor da Delta, Cláudio Abreu, que intensificou o incomodo entre os membros da CPMI, houve também polêmica em torno do pedido de quebra de sigilo telefônico de Marconi Perillo, apresentado pelo deputado federal Miro Teixeira (PDT-RJ).

O requerimento do pedetista versava apenas sobre as ligações telefônicas do governador tucano, mas a oposição fez sua parte. Acrescentou ao pedido a quebra de sigilo dos governadores Agnelo Queiroz (PT-DF) e Sérgio Cabral (PMDB-RJ). A pauta acabou sendo retirada após intensas discussões e falta de entendimento entre os parlamentares. Entraram na roda, posteriormente, os nomes dos deputados Sandes Júnior (PP-GO), Stepan Nercessian (PPS-RJ) e Carlos Alberto Leréía (PSDB-GO), que também podem ter suas conversas reveladas.

Na presidência da sessão, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) informou que com a retirada de pauta, a votação dos requerimentos deveria ser adiada. Quem não escapou do recurso judicial foi o senador Demóstenes Torres (sem partido). A decisão que permite o acesso às ligações telefônicas do ex-democrata obteve voto favorável de todos os membros da CPMI.

Também por unanimidade, Marconi Perillo ficou convocado a prestar esclarecimentos sobre seu envolvimento com o contraventor. Agnelo Queiroz será outro depoente. Com 17 votos contrários e 11 votos favoráveis, a CPMI decidiu não convocar Sérgio Cabral.

Enquanto isso em Goiás… a CPI é pura calmaria. Na última reunião, os deputados apresentaram alguns nomes para depoimento, mas a votação ocorre apenas na próxima terça-feira, 5. Entre os depoentes sugeridos está o do ex-secretário de Segurança Pública, Ernesto Roller (PP). O pepista foi classificado por Cachoeira, em suas conversas com o senador Demóstenes, como uma ameaça aos jogos de azar. Ainda assim, o deputado Túlio Isac (PSDB) justifica o pedido de convocação por acreditar que Roller tenha algum tipo de envolvimento com a contravenção. Nenhum prefeito foi citado para possíveis esclarecimentos.

Os deputados também solicitaram o direito de participar do julgamento de Cachoeira em Goiânia. Continuarão assistindo.


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