28 de setembro de 2024
Opinião
Publicado em • atualizado em 23/09/2018 às 19:41

Vacina? Só se for para cachorro

Dia D da Campanha de Vacinação contra a Raiva ocorreu neste sábado, 22. (Foto: Thaís Dutra)
Dia D da Campanha de Vacinação contra a Raiva ocorreu neste sábado, 22. (Foto: Thaís Dutra)

O Dia D da Vacinação contra Raiva em cães e gatos foi realizada em todo o Estado de Goiás neste sábado (22). A campanha é muito bem realizada pelos governos municipais, estadual e federal, mas do que adianta programar tudo certinho se lá na ponta, lá onde o cidadão leva seu bichinho para vacinar não é bem recebido?

Só em 2018, o Ministério da Saúde disponibilizou para Goiás 1.350 milhão de doses, conforme a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO). Estima-se que em todo o Estado existam 1.138 milhão de cães e 118 mil gatos. Para atingir pelo menos 80% dessa população animal, foram disponibilizados mais de seis mil postos de vacinação nos 246 municípios goianos.

Ok, campanha ótima, campanha linda! Mas eu, tutora de gatos, não vacino mais nessas campanhas. Os tutores de gatos já estão acostumados a receber certas críticas e olhares com pré-conceito quando falam que têm gatos. No entanto, essas críticas precisam vir de um agente de saúde que tem a finalidade de vacinar os bichanos?

Em anos anteriores, eu já tinha passado pelo menos constrangimento de não ser bem recebida, tampouco bem atendida, pelos servidores públicos escalados para a vacinação contra a Raiva em Goiânia. Porém, tinha me esquecido de que isso poderia ocorrer e novamente levei meus pequenos para vacinar ontem. O que não farei nos próximos anos.

Nesse contexto, é importante pensar que vários tutores de gato poderão deixar de vacinar seus bichinhos nos próximos anos devido a esse tipo de constrangimento. Uma parcela dessa população pode escolher vacinar seus gatinhos em clínicas veterinárias ou petshops, o que é maravilhoso.

Mas e as pessoas que não têm essa condição de pagar a vacina para os bichinhos? Elas podem acabar deixando de vacinar gratuitamente devido a essas peculiaridades comportamentais dos servidores da saúde e, com isso, contribuir para o aumento dos casos de Raiva em Goiás, que ocorreram pela última vez em 2002.

Ou seja, assim como o presidente de uma empresa privada não transforma o ambiente sozinho, sem a colaboração dos funcionários, casos de doenças que já sumiram em Goiás podem voltar a ocorrer devido à falta de atenção e cuidado dos servidores que estão lá na ponta, no atendimento ao cidadão, independente de quão maravilhosa e bem pensada é a campanha promovida pelo Ministério da Saúde, Governo de Goiás ou Prefeituras. 

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