Sou uma pessoa simples e de hábitos simples. Gosto de rotina, me alimento de maneira frugal, praticamente não consumo bebidas alcoólicas e adoro ficar em casa.
Não quero que você conclua que sou um ermitão. De vez em quando me bate aquela vontade de sair de casa e de mudar de ares. Quando isso acontece eu vou para São Paulo.
Eu compro passagens aéreas com muita antecedência, sempre pelo site da GOL. Quem planeja com antecedência paga mais barato. Gosto de olhar o calendário anual e ver que tenho quatro ou cinco finais de semana garantidos em Sampa. Isso me anima no trabalho e me ajuda a ter mais paciência em casa. Quem vai querer brigar com a esposa na véspera de uma viagem?
Desde 2013 eu me hospedo no mesmo hotel, o Mercure da Avenida Lavandisca, 365, Moema. Conheço toda a equipe e toda a equipe conhece a minha família. Sempre digo que lá é a minha segunda casa.
Para mim, Moema é o melhor bairro de São Paulo. Existe um estado de espírito diferente por lá. Todo mundo é educado. Todo mundo está sorrindo. Todo mundo está feliz. Minha esposa diz que quando estou em Moema eu sou mais educado, fico sorrindo e fico feliz. Tem fundamento.
Moema fica perto de Congonhas, fica perto da Oscar Freire, fica perto dos Jardins, fica perto do meu coração.
Minha história com Moema é ainda mais antiga, mas já falei um pouco sobre isso numa outra crônica.
Enfim, meus amigos sabem que eu amo Goiânia, mas recarrego as baterias da minha alma em Moema.
Por causa desse meu histórico muitos amigos que vão viajar me pedem sugestões sobre o que fazer em São Paulo.
Dar dicas e sugestões é um pouco complicado, pois o gosto é muito pessoal. Sentar em uma sorveteria, ficar vendo o tempo passar com a casquinha do sorvete na mão, para mim, já é um grande acontecimento quando estou em território bandeirante.
Olha, existem poucas certezas na vida. Uma delas é que não existe restaurante ruim em Moema e não existe restaurante ruim em São Paulo. Simplesmente não existe.
Por isso a minha dica de restaurantes em Sampa normalmente se resume a: “Encontrou um restaurante que está de portas abertas? Pode entrar que não tem erro.”
Eu sou assim: quando encontro um restaurante que eu gosto não procuro mais por outro lugar. Fico cliente mesmo, volto sempre, me sento na mesma mesa e procuro pelo “meu” garçom. Engraçado que em Sampa os profissionais permanecem por anos no mesmo estabelecimento e é sempre muito reconfortante encontrar pessoas conhecidas.
Nessa de frequentar os mesmos lugares a gente acaba fazendo amizade. É sempre bom ter amigos em outras cidades. Me tornei amigo do Valdeci Castro, o gerente geral do Rancho Português, que fica na Avenida Bandeirantes, 1051, Vila Olímpia (pertinho de Moema).
O lugar é simplesmente maravilhoso, o atendimento é primoroso e a comida é espetacular.
Recentemente o meu querido amigo Altair Tavares, brilhante e ético jornalista, me disse que iria para São Paulo e pediu uma sugestão. Fui enfático: Rancho Português. Quando algum amigo insiste numa indicação concreta eu sempre recomendo aquela casa portuguesa com certeza.
Falei para o Altair: “procure o Valdeci, diga que você é de Goiânia e que somos amigos.”
Veja só o pequeno milagre: justamente no dia em que o Altair Tavares foi para o Rancho Português a casa estava comemorando 10 anos de funcionamento. Uma linda festa foi realizada. Teve apresentação de fado! Ah, com certeza foi uma noite memorável.
O Altair Tavares conhecer o Valdeci Castro na data de comemoração do aniversário de 10 anos do Rancho Português não foi mera coincidência. Foi a linda mãozinha de Deus.
Conhecendo o Altair e o Valdeci, duas pessoas boas e agradáveis, posso afirmar com certeza que eles iniciaram uma bonita e longeva amizade.
Sabe, frequentar restaurantes, hospedar em um bom hotel, fazer uma boa refeição, tudo isso é ótimo, mas construir pontes é ainda melhor.
Construa pontes. Apresente pessoas. Ajude alguém a encontrar um emprego. Indique um cliente para um amigo. Seja um cupido.
O Céu aqui na Terra é ampliado a cada vez que uma nova ponte é construída.
Luciano Almeida é Advogado