No início do ano costumamos fazer várias reflexões e prometer a nós mesmos mudanças positivas em nossas vidas. Isso é bom.
Em uma dessas reflexões, eu me deparei com o fato de que sou o produto de centenas de gerações. Você, que está lendo esta crônica, também é um elo de uma corrente formada por milhares e milhares de sobreviventes e de vencedores.
Sabe, muitas vezes esquecemos o nosso valor por esquecermos o valor que os nossos antepassados tiveram, especialmente os que nos são desconhecidos.
Esses antepassados desconhecidos sobreviveram a guerras, a pestes, a viagens perigosas e a perseguições. Nossos parentes distantes eram pessoas destemidas, fortes e inteligentes.
Por exemplo, foram os nossos antepassados que criaram a noção do tempo e o dividiram de forma que pudéssemos contá-lo e melhor aproveitá-lo. Uma ideia revolucionária e sensacional.
É graças à contagem do tempo e ao calendário (uma ideia mais “recente”) que desenvolvemos a ideia de recomeçar. Que ideia poderosa é poder iniciar a contagem de um novo ano, com novos meses repletos de dias e estes repletos de horas e minutos, todos repletos de esperança.
Graças aos nossos antepassados aprendemos a acompanhar a passagem do tempo. Nascimentos, aniversários, casamentos. Sabe, é uma grande dádiva contar a passagem do tempo e morrer cheio de dias.
Falando em passagem do tempo, como demora esperar para falar com uma namorada! Como demora para que os filhos voltem à noite para casa para dormir! E como um filme bom acaba rápido!
Realmente, a passagem do tempo é mesmo relativa. Ficar ao lado de um extremista que puxa conversa, por exemplo, faz o tempo quase parar. Dois minutos se transformam em tortuosas duas horas. Einstein tinha razão.
Advogado militante, com atuação voltada para propriedade intelectual