22 de novembro de 2024
Opinião
Publicado em • atualizado em 08/10/2012 às 04:09

Uma campanha de muitos candidatos para poucos resultados

Goiânia viveu uma eleição com várias peculiaridades em 2012. Com o maior número de candidatos (oito, o mesmo de 2004), a força eleitoral não se comparou aos certames anteriores. Mesmo com vários candidatos, o descrédito do eleitor pesou no resultado final. O caminho para Paulo Garcia (PT), na condição de detentor da máquina da prefeitura, estava escancarado.

O fator maior foi a indefinição da base do governo estadual. Em uma tumultuada pré-campanha em que três candidatos do PSDB foram preteridos, a definição do nome de Jovair Arantes foi sofrível. A imagem abalada do governador Marconi Perillo (PSDB), ausente na maior parte do processo eleitoral, fechou o balaio da derrota anunciada da oposição.

Na segunda tentativa de uma terceira via de um grupo encabeçado por Vanderlan Cardoso (sem partido), mesmo com a união com o deputado Ronaldo Caiado (DEM), o enfraquecido Democratas não agregou peso à campanha. Simeyzon até mostrava potencial para ser fator novo, porém o pouco tempo de TV não foi suficiente para consolidar a estratégia, apesar da boa qualidade dos programas eleitorais da TV e do rádio. Nesse aspecto, 65 mil votos foi uma grande vitória política.

Elias Júnior e Isaura Lemos não poderiam ir longe pelo simples fator de serem chapa puro sangue de partidos nanicos. Mesmo com um bom ponto de partida eleitoral e o conhecimento do eleitor, Isaura despencou nas intenções de voto, porque não tinha musculatura política para estabilizar. Elias, na maior parte do tempo em terceiro lugar nas intenções de voto, foi um grito populista isolado, no pior estilo Sandes Júnior de ser.

Professor Pantaleão teve uma boa surpresa, inclusive passando Isaura Lemos. O jeito carismático do socialista conquistou muitos jovens e deu boa visibilidade; pode-se dizer hoje que ele tem condições de disputar bem uma cadeira na Assembleia ou na Câmara. José Netho criou jargão, bateu com vontade e teve votação abaixo da expectativa de seu partido, assim como Rubens Donizzete, com o incansável bordão que é o único discurso do PSTU: “Contra Burguês, vote 16.” Tá, mas e daí?

Tudo como dantes no quartel de Iris. Ele foi a peça chave para a reeleição de Paulo Garcia. Sai fortalecido para 2014, mesmo que a saúde dificulte uma possível candidatura sua. O PSDB e sua base terão muita coisa para avaliar com mais uma derrota em Goiânia, sem dúvida a que mais enfraqueceu o ninho tucano dos últimos pleitos.