O que é o dia internacional de luta das mulheres? O que significa o dia 8 de março? Mundialmente, conhecido como o “Dia Internacional da Mulher”, foi conquistado a partir da proposição de Clara Zetkin no marco histórico da II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, 1910, em Copenhague.
Um dia que simboliza a nossa luta pelos nossos direitos sociais, civis e políticos, uma luta pela nossa cidadania vivida de forma plena, uma luta pela dignidade e, sobretudo, uma luta por nossas vidas. Ao longo do último século até os dias de hoje, houve alguns avanços na luta feminista, como a conquista do direito ao voto.
Contudo, ainda há muito pelo que reivindicar, sendo a nossa luta travada vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, nas mais diversas áreas, quer seja na luta por um “simples” retorno seguro para casa, quer seja na luta por uma equidade salarial, ou pela luta de ter voz sobre os nossos próprios corpos e que essa voz não seja abafada.
“Vagabunda” foi o adjetivo usado pelo então deputado federal Jair Bolsonaro, ao se referir à colega Maria do Rosário nos corredores da Câmara dos Deputados, em 2003. Durante a discussão, Bolsonaro também disse uma das piores frases sobre mulher ditas da boca de um político brasileiro: “Jamais iria estuprar você, pois você não merece.”
Recentemente, um Deputado Estadual (SP), Arthur do Val, disse que as mulheres ucranianas “são fáceis porque são pobres”, em meio a uma guerra o parlamentar assediou e expôs mulheres, não se compadeceu um minuto sequer, pelo que aquelas mulheres estavam vivendo.
Às vésperas do 8 de março, esse tipo de assédio nos faz lembrar o que milhares de mulheres e meninas passam nas regiões mais pobres do Brasil e como as mulheres são sempre o alvo.
Assim, o nosso posicionamento é de que as instituições e práticas de gênero terão de ser muito alteradas para que as mulheres tenham oportunidades de participação na política e os seus direitos garantidos.Nós devemos ter no horizonte uma sociedade em que homens e mulheres dividirão igualmente os espaços de decisão e a política. É inadmissível que parlamentares se posicionem dessa forma. A luta contra a violência e pela vida das mulheres deve ser prioritária por todos os parlamentares.
É tempo de revolucionar contra estes discursos presentes há tempos na nossa sociedade, e que ganharam força com o governo Bolsonaro. Somos mulheres, somos todos os espaços, estamos resistindo ocupando aqueles que sempre disseram não. Nesse dia, não estamos dispostas aceitar uma mera rosa do Brasil que amanhã estará nos matando. Neste dia das mulheres troque flores por respeito.
Atua desde 2013 no movimento estudantil e em 2016 foi eleita Coordenadora Geral do Centro Acadêmico do curso de Direito da PUC-GO. Atualmente é diretora de Relações Institucionais da UNE em Brasília