23 de novembro de 2024
Opinião
Publicado em • atualizado em 13/02/2022 às 00:34

Só quem ama pode ter olhos capaz de fotografar e de entender as estrelas

Fotógrafo Hélio de Oliveira. (Foto: Lídia Brasil)
Fotógrafo Hélio de Oliveira. (Foto: Lídia Brasil)

Por Marcos Cipriano:

Goiânia perdeu seus olhos!

Às 20 horas desta segunda-feira (6), calma e serenamente, com a mesma delicadeza que tocava a máquina fotográfica que viu a bela capital nascer e crescer, morreu o genial Hélio de Oliveira.

Campineiro, é daquele tipo cuja obra imortaliza o homem. Foi o fotógrafo oficial de dois “plantadores de cidades” – Juscelino Kubitschek e Pedro Ludovico Teixeira. Um conduziu a epopeia de construir Brasília, o outro fundou Goiânia.

Dono do maior acervo fotográfico de Goiás, com mais de 100 mil itens, pelas suas lentes atentas passaram a história e os costumes da capital dos goianos. Foi fotógrafo oficial de vários governadores, em mais de 40 anos de trabalho, uma testemunha ocular da história. Numa de suas façanhas, fotografou o marechal Tito, presidente da extinta Iugoslávia, ao lado do governador Mauro Borges, numa visita oficial a Goiás, quando se encantou pela ambrosia palaciana. Foi ele o primeiro fotógrafo oficial do Palácio das Esmeraldas.

Aquele homem franzino, de voz meiga e calma, talvez não tivesse razão quando disse: “Hoje qualquer um pode ser fotógrafo”. Com milhares de celulares com suas câmeras apontadas para todas as direções, muitos podem pensar que são um Hélio de Oliveira. Mas é preciso dizer, parafraseando Bilac, “só quem ama pode ter olhos capaz de fotografar e de entender as estrelas”.