O que a nova pesquisa Serpes/O Popular, publicada neste domingo, 14, mais escancara não é a indefinição clara no jogo político em Goiás, e sim como a pretensa oposição em Goiás continua amadora.
Os números são contestados, o Serpes é criticado – faltou a rejeição etc. –, mas a verdade é que, de agora em diante, essa pesquisa é que balizará as discussões no Estado, para o bem e para o mal.
E será assim porque a, vá lá, oposição chora enquanto a situação ri.
Independente de como a pesquisa foi parar lá nas páginas do principal jornal do Estado, o fato é que ela está lá, com o que diz, com o que pouco diz e com o que permite que se diga a partir de suas virtudes e falhas.
Precisa repetir que jabuti não sobe em árvore, que, se está lá, foi porque alguém colocou etc. etc. etc.? E que, uma vez colocado lá, vira fato, boato, e ganha lastro?
A oposição chora em vão, chora o ‘leite derramado’, e o choro ecoa ridículo. O que importa, se o dono do jabuti não é O Popular?
Os governistas riem porque voltaram ao jogo, com o governador Marconi Perillo (PSDB) retomando a quase perdida perspectiva de poder – ainda que discutivelmente em relação ele, de forma direta, mas inegavelmente ao seu grupo.
A pesquisa Serpes é falha? Pode ser. Neste momento, qualquer levantamento é falho no sentido em que não antecipa o cenário do ano que vem. É o que é: uma fotografia de momento – sem mais, nem menos.
Agora, a pesquisa escancara que a oposição continua querendo ganhar no grito e na intuição.
Sem ter, por exemplo, nem ‘um’ contraponto sequer para consumo próprio, quanto mais para confundir a opinião pública, como Serpes e O Popular fazem, colocando o seu jabuti na árvore.
Quer dizer: se a Serpes está errada, cadê a pesquisa certa? Cadê o jabuti dos oposicionistas?
Quanto mais a oposição criticar e tentar desqualificar a pesquisa de Serpes/O Popular, mais dará visibilidade a ela. Mais a ecoará.
Mais difundirá nos 246 municípios o – perdoem o trocadilho – estado de indefinição política que vivemos e que se estenderá, é o que a História ensina, até que os nomes definitivos da disputa estejam escolhidos, nas convenções do ano que vem.
Política não é fato; é versão.
Por ora, a confusão está armada. Ninguém é de ninguém.
A confusão faz com que ninguém seja descartado, e é campo fértil para que algo ‘novo’ aconteça.
Marconi ganhou tempo para se rearticular. Pode ser candidato. Pode não ser – e aí?
Os oposicionistas ganharam espaço para se desentender: todos têm chance, não há favorito – e aí?
O que definitivamente não é novo é o detalhe de que, unida, a oposição tem chance de vencer. Velha constatação. Basta olhar para as disputas desde antes de 1998, sendo exatamente 1998 a exceção à regra: unida, ela venceu.
Novidade seria se a oposição estivesse um passo à frente. Continua alguns passos atrás.