07 de agosto de 2024
Opinião
Publicado em • atualizado em 25/09/2023 às 10:44

Sedentarismo: a “nova epidemia”

Foto: reprodução
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Estamos diante de uma nova epidemia que está assolando nossa sociedade de maneira silenciosa mas devastadora: o sedentarismo. Como médico e observador atento à saúde da população, vejo com crescente preocupação a rapidez com que este fenômeno está se alastrando, afetando a jovens e idosos, ricos e pobres.

Podemos até ir além e afirmar que o sedentarismo está se tornando o “novo tabagismo”, uma ameaça insidiosa e generalizada à saúde pública que, de maneira semelhante ao tabagismo, possui consequências graves e duradouras para nossa saúde.

A falta de atividade física regular pode levar a uma série de problemas de saúde, incluindo obesidade, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e até mesmo certos tipos de câncer. A conexão é clara e inequívoca: o sedentarismo é um caminho seguro para o desenvolvimento de enfermidades crônicas que comprometem nossa qualidade e expectativa de vida.

O sedentarismo não afeta apenas nosso corpo, mas também nossa mente. Estudos mostram que a atividade física regular pode ajudar a aliviar os sintomas de depressão e ansiedade, melhorando nosso humor e bem-estar geral.

Felizmente, ao contrário de muitas epidemias, temos o poder de reverter esta tendência através de ações proativas e conscientes. A receita é simples e está ao alcance de todos: movimentar-se mais e sentar-se menos. Pequenas mudanças em nosso estilo de vida diário, como optar pelas escadas em vez do elevador, caminhar ou pedalar para o trabalho, e dedicar momentos do dia para atividades físicas prazerosas, podem fazer uma enorme diferença.

Faço aqui um apelo às autoridades públicas, educadores, e a cada um de nós, para que façamos da luta contra o sedentarismo uma prioridade em nossas agendas. Vamos incentivar e promover estilos de vida ativos, educando nossas crianças sobre a importância do exercício físico e criando espaços públicos que favoreçam a atividade física.

O sedentarismo, a “nova epidemia”, é uma crise de saúde pública que não pode ser ignorada. Como médico, testemunho diariamente as consequências devastadoras dessa epidemia silenciosa. É nosso dever, enquanto sociedade, enfrentar este desafio de frente, armados com a vontade de promover mudanças positivas e duradouras em nossas vidas e nas vidas de nossos entes queridos.

Lembremos que cuidar de nossa saúde é um investimento no nosso futuro, um ato de amor próprio e respeito por nós mesmos e pelos que nos cercam. Não esperemos que seja tarde demais para começar a nos mover na direção de uma vida mais saudável e feliz.

José Israel Sánchez Robles é médico intensivista e nutrólogo

A opinião deste artigo não necessariamente reflete o pensamento do jornal.