23 de novembro de 2024
Opinião
Publicado em • atualizado em 23/06/2014 às 00:38

Quem ainda não bombou na web está perdendo os últimos dias

Na passagem de  maio para este mês de junho,  Marconi Perillo e José Batista Junior ultrapassaram a casa dos 60 mil seguidores no facebook, algo que em alguns momentos, chegou a gerar mais de mil novos seguidores/dia. Vanderlan Cardoso também deu uma reagida, ultrapassando as  32 mil curtidas. O que será que aconteceu?  Os adversários do governo crescerem rapidamente  nos últimos meses – tão rápido que obrigaram Marconi, o pioneiro na estratégia das redes, a acelerar a estratégia e se manter na disputa desta liderança na rede.

O que aconteceu foi  a compra de mídia na internet, uma estratégia que ainda não chegou, pelo menos não com o vigor necessário,  aos “quartéis” de  Antônio Gomide, que no mesmo período estava com 6,6  mil seguidores, e Iris Resende, que chegava a  pouco mais de 3,5 mil curtidas. Pois quem usou cresceu bem, quem não usou está perdendo os últimos dias para se aproveitar desta estratégia e alargar as  suas bases na rede mundial.

O tempo urge por motivos legais.  A partir de 5 de julho não se pode mais comprar esta mídia tão preciosa, o que significa que o que vai causar a viralização é apenas a relevância do assunto depois daquela data. Aí convenhamos: os políticos e o processo eleitoral  não exercem toda esta possibilidade atrativa necessária  a uma viralização espontânea.

Isso não quer dizer que no caso da viralização artificial se abandone a relevância dos assuntos e temas apresentados ao público. Não se trata  disso. Pelo contrário: o que se busca é, dentro do possível, dentro do universo da política, com  o tempero do marketing e da linguagem publicitária,  que seja envolvente e inovadora – e é preciso muito cuidado para não errar na dose – criar uma relevância para os temas do pré-candidato, articulando-os depois com a campanha. E  a mídia serve para atrair um volume maior de pessoas. Atração e relevância dão mais resultados do que apenas a relevância.

Não é fácil.  É preciso linguagem correta combinada com o conteúdo  preciso. Não basta conquistar seguidores e curtidas. Se não houver liga entre linguagem e conteúdo, se o conteúdo não vendo a pré-candidatura, forma-se  uma “legião” inútil ao processo.

O que se ganha quando a estratégia é certa é muito importante. Seguidores com potencial de adesão a um projeto político, baseado em  que  as pessoas são atraídas quando algo lhes interessa. E quando se usa a linguagem adequada a rede, se atrai pessoas mais interativas, com mais seguidores nas suas bases. Os seguidores dos seguidores multiplicam a capilaridade da campanha.  E o monitoramento nas redes melhora o potencial de sucesso de audiência. Os conteúdos que atraem pouco são retirados em detrimento dos que atraem mais pessoas. O que decide isso é o monitoramento em tempo real.

Esta é uma estratégia de última hora. A  melhor estratégia na rede continua sendo o modelo Obama, muito cantado, nem sempre compreendido:  relacionamento, diálogo com o eleitor pela rede, consulta real, envolvimento por meses e anos. Aí se chega na alma desta coisa, que não à toa se chama de  redes de relacionamento, ou redes sociais.  Então não podemos esquecer: o tempo está se esgotando.


 

Paulo Faria – especialista em marketing político da CasaBRAsilBTBon

(*) Artigo publicado no jornal O Popular, em 22/06/14