Na passagem de maio para este mês de junho, Marconi Perillo e José Batista Junior ultrapassaram a casa dos 60 mil seguidores no facebook, algo que em alguns momentos, chegou a gerar mais de mil novos seguidores/dia. Vanderlan Cardoso também deu uma reagida, ultrapassando as 32 mil curtidas. O que será que aconteceu? Os adversários do governo crescerem rapidamente nos últimos meses – tão rápido que obrigaram Marconi, o pioneiro na estratégia das redes, a acelerar a estratégia e se manter na disputa desta liderança na rede.
O que aconteceu foi a compra de mídia na internet, uma estratégia que ainda não chegou, pelo menos não com o vigor necessário, aos “quartéis” de Antônio Gomide, que no mesmo período estava com 6,6 mil seguidores, e Iris Resende, que chegava a pouco mais de 3,5 mil curtidas. Pois quem usou cresceu bem, quem não usou está perdendo os últimos dias para se aproveitar desta estratégia e alargar as suas bases na rede mundial.
O tempo urge por motivos legais. A partir de 5 de julho não se pode mais comprar esta mídia tão preciosa, o que significa que o que vai causar a viralização é apenas a relevância do assunto depois daquela data. Aí convenhamos: os políticos e o processo eleitoral não exercem toda esta possibilidade atrativa necessária a uma viralização espontânea.
Isso não quer dizer que no caso da viralização artificial se abandone a relevância dos assuntos e temas apresentados ao público. Não se trata disso. Pelo contrário: o que se busca é, dentro do possível, dentro do universo da política, com o tempero do marketing e da linguagem publicitária, que seja envolvente e inovadora – e é preciso muito cuidado para não errar na dose – criar uma relevância para os temas do pré-candidato, articulando-os depois com a campanha. E a mídia serve para atrair um volume maior de pessoas. Atração e relevância dão mais resultados do que apenas a relevância.
Não é fácil. É preciso linguagem correta combinada com o conteúdo preciso. Não basta conquistar seguidores e curtidas. Se não houver liga entre linguagem e conteúdo, se o conteúdo não vendo a pré-candidatura, forma-se uma “legião” inútil ao processo.
O que se ganha quando a estratégia é certa é muito importante. Seguidores com potencial de adesão a um projeto político, baseado em que as pessoas são atraídas quando algo lhes interessa. E quando se usa a linguagem adequada a rede, se atrai pessoas mais interativas, com mais seguidores nas suas bases. Os seguidores dos seguidores multiplicam a capilaridade da campanha. E o monitoramento nas redes melhora o potencial de sucesso de audiência. Os conteúdos que atraem pouco são retirados em detrimento dos que atraem mais pessoas. O que decide isso é o monitoramento em tempo real.
Esta é uma estratégia de última hora. A melhor estratégia na rede continua sendo o modelo Obama, muito cantado, nem sempre compreendido: relacionamento, diálogo com o eleitor pela rede, consulta real, envolvimento por meses e anos. Aí se chega na alma desta coisa, que não à toa se chama de redes de relacionamento, ou redes sociais. Então não podemos esquecer: o tempo está se esgotando.
Paulo Faria – especialista em marketing político da CasaBRAsilBTBon
(*) Artigo publicado no jornal O Popular, em 22/06/14