02 de setembro de 2024
Opinião
Publicado em • atualizado em 13/02/2022 às 00:34

Por que não sorrir?

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Estudos relatam que ao sorrirmos, 12 músculos da face são movimentados, nas gargalhadas 24 músculos são envolvidos e ao conversar e sorrir ao mesmo tempo 84 músculos se interagem. O sorriso propicia bem-estar, retarda o aparecimento de marcas de expressão; pois tonifica a musculatura facial, adiando os efeitos do envelhecimento, além de reduzir a ansiedade, tensão física e psíquica, controla a pressão arterial e proporciona melhorias no sono.

Corroboram nesse mesmo sentido, o pensamento do filósofo e diplomata francês Henri Bergson, nobel de literatura em 1927, licenciado em letras e com incrível talento para as disciplinas científicas, que diz: “O riso é algo que irrompe num estrondo e vai retumbando como o trovão na montanha, num eco que, no entanto, não chega ao infinito. O sorriso, pelo contrário é silencioso como chuva mansa que cai e fertiliza a terra ou como brisa suave que acaricia e refresca o rosto. Enquanto o riso é extroversão, o sorriso desvenda delicadamente o interior de quem sorri.” Também, os ensinamentos do grande rei Salomão, personagem bíblico que governou Israel e considerado um dos maiores sábios de toda a história humana: “o coração alegre aformoseia a face” e, Weyne, doutor em clínica odontológica e especialista em odontologia preventiva: “uma boca sadia garante a manutenção da boa aparência, da expressão e da comunicação interpessoal, sendo assim, um fator da maior importância na prevenção da autoestima”.

Aliado ao sorriso podemos demonstrar a importância da saúde bucal, uma vez que a mesma reflete diretamente na saúde em geral; ou melhor, dizendo: para que o sorriso faça sucesso e seja saudável os cuidados com a saúde bucal tornam-se imprescindíveis. Essa condição constitui fator de grande interferência na qualidade de vida dos indivíduos em todas as dimensões, seja física (dor e desconforto), funcional (capacidade de mastigar, engolir, falar e pronunciar as palavras corretamente), nutricional (ingerir alimentos) e até mesmo psicossocial (interação social e comunicação entre as pessoas e hálito puro). Percebe-se, nas últimas décadas, por exemplo, que a prevenção ganhou destaque e os indivíduos passaram a ter mais acesso aos serviços públicos de promoção à saúde bucal, prevenção aos casos mais agravantes, recuperação e reabilitação, através da incorporação das equipes de saúde bucal aos serviços em geral; embora, haja a necessidade de ampliação dessa interação multidisciplinar.

Diversas doenças, enfermidades sistêmicas, a exemplo daquelas relacionadas ao pulmão (infecções respiratórias) e coração (doenças cardíacas coronárias), podem ser causadas por infecções que começam na boca. Nessa última, pode ser citada a endocardite, doença que afeta as válvulas cardíacas do coração, e sua causa pode estar relacionada às bactérias e fungos formados no órgão oral, que passam a se multiplicar em grande escala em outros órgãos. Também, podemos citar os acidentes vasculares cerebrais e diabetes mellitus.

Alguns cuidados diários e básicos são as melhores formas e saídas para a busca de uma saúde bucal plena.

A escovação dos dentes, bem como da língua, são as formas mais utilizadas e socialmente aceitas de higiene e saúde bucal, sendo o tempo e destreza o mecanismo mais eficaz dessa etapa. É recomendado que as primeiras escovações tenham a orientação e supervisão de um profissional habilitado. Destaca-se a necessidade de ensinar e motivar hábitos de higiene bucal às crianças; pois, a infância é o período que pode ser considerado o mais importante para o futuro do indivíduo.

A utilização do fio dental também é fundamental uma vez que reduz significativamente o número de bactérias causadoras das doenças periodontais e da cárie dentária, por exemplo. O uso correto do fio dental ajuda a remover a placa bacteriana e os alimentos nos lugares onde a escova não consegue chegar facilmente.

Substituir aquela escova de dentes velha por uma nova não deve ser ignorado e recomenda-se não ultrapassar os 90 dias no mínimo. Após um período de uso contínuo a escova de dente perde a eficiência, uma vez que com sua utilização há deformação das cerdas que perdem a eficácia na remoção da placa bacteriana, além de ser um possível meio de cultivo de fungos e germes.

Merece destaque a necessidade de check-ups de rotina. Muitas pessoas entendem que a consulta ao dentista acontece somente diante de problemas já existentes – dores de dente, necessidades de extrações ou implantes, correções ortodônticas, problemas com hálito ou secreção, alergia no trato bucal, dentre outros. Esquecem que a visita ao dentista é uma medida preventiva que visa à manutenção da saúde e qualidade de vida dos cidadãos, atuando de forma a identificar e prevenir doenças orais antes que elas se tornem um fator de risco para a saúde bucal em geral.

A odontologia preventiva identifica e evita problemas que possam vir a se tornar mais complexos, traumáticos, duradouros e muito mais caros se tratados com antecedência, além de proporcionar um belo sorriso. Após os cuidados com a saúde bucal, por que não sorrir?

(Marcilene Cabral Cruvinel de Oliveira, Cirurgiã Dentista)