07 de outubro de 2024
Opinião
Publicado em • atualizado em 13/02/2022 às 00:31

Planejamento urbano, sustentabilidade e prosperidade

Francisco Lopes, superintendente do SecoviGoiás. Foto: Arquivo Pessoal
Francisco Lopes, superintendente do SecoviGoiás. Foto: Arquivo Pessoal

Por Francisco Lopes

A ausência de uma política séria e eficiente de planejamento urbano, que reúna e equalize numa mesma mesa de discussões os objetivos e anseios do poder público, setor produtivo e sociedade civil organizada para a busca de interesses comuns, tem refletido direta e negativamente nos âmbitos social e econômico de nossos centros urbanos.

Negligenciada nas estratégias de planejamento dos gestores públicos, a falta dessa política de planejamento tem comprometido de forma preocupante o processo de urbanização, o desenvolvimento sustentável, resultando em problemas de mobilidade urbana, habitação, saneamento, causando, por fim, a desumanização das cidades. A inexistência ou o mau planejamento urbano flerta irremediavelmente com o risco de piorar ainda mais o caos nos grandes centros.

Um reflexo direto da ausência de uma política séria de planejamento urbano são as distorções no uso e a ocupação do solo, que podem ser percebidas claramente na pesquisa Mercado Imobiliário na Íntegra, realizada pela Brain Inteligência Estratégica, Sindicato dos Condomínios e Imobiliárias de Goiás (SecoviGoiás) e Associação dos Desenvolvedores Urbanos do Estado (ADU-GO). No quarto trimestre de 2020, foram lançadas 2.061 unidades habitacionais em cinco empreendimentos imobiliários horizontais localizados em municípios da região metropolitana de Goiânia, um crescimento de 70,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Entretanto, nenhuma unidade foi lançada na capital neste período.

O número de unidades vendidas na capital apresentou uma queda de 458 no 4º trimestre de 2019 para 195 no mesmo período do ano passado. Na região metropolitana este número subiu de 2.042 para 2.275 no mesmo período. Já o número de unidades lançadas nos municípios vizinhos à capital passou de 1.211 no último trimestre de 2019 para 2.061 nos últimos três meses de 2020.

Cidades da região metropolitana, como Senador Canedo, Trindade e Goianira, lançam atualmente duas vezes mais que a capital, que conta com uma população bem superior. Esses números apontam para um alarmante aumento dos problemas de mobilidade urbana, com impactos negativos na qualidade de vida, além de cobrar altos custos sociais, econômicos e ambientais de toda a sociedade, contribuindo, em última análise, inclusive para deteriorar a saúde da população.

O momento, portanto, é de reconhecimento dos erros, união, debates maduros e busca de soluções conjuntas visando políticas, iniciativas e intervenções que garantam qualidade de vida adequada para todos. O mercado da habitação, em seus mais diversos segmentos, sempre esteve e continua aberto ao debate sério, transparente desse e de outros temas que resultem na conquista de um futuro próspero e sustentável para a nossa capital e o nosso estado.