Assim que a primeira quarentena teve início, em Goiás, as escolas tiveram que fechar as portas para preservar vidas e conter a disseminação da Covid-19. Apesar disso, o trabalho continuou em outra plataforma. De repente, os profissionais da Educação tiveram que se adaptar ao ensino remoto, adquirindo equipamentos e utilizando as mais diversas ferramentas para manter a qualidade do ensino, à distância.
À exceção dos servidores administrativos, pois continuam indo às escolas presencialmente para a entrega dos kits alimentação e demais atendimentos, tendo que se desdobrar sem retorno ou valorização. Especialmente os servidores da rede estadual, que estão há anos sem recomposição salarial e a maioria dos professores sem o reajuste previsto em Lei, o Piso do magistério.
Desde aquele momento, temos cobrado a vacinação de toda a categoria, professores e administrativos, que são tão fundamentais para o pleno funcionamento das instituições de ensino.
Afinal, uma escola sem seus profissionais é apenas um espaço vazio -seja remota ou presencialmente- e um espaço que infelizmente tem se esvaziado aos poucos, devido às dezenas de profissionais mortos em decorrência do vírus. Deixam um legado à Educação e a vida de tantos estudantes que transformaram, e ao mesmo tempo, um alerta da urgência da vacina para este segmento.
Muitos já procuraram o sindicato em busca de socorro, em busca de uma mão amiga. E muitos relataram ter se contaminado durante o ensino híbrido. Afinal, essa batalha entre manter as escolas abertas ou fechadas ainda perdura.
No município de Goiânia, por exemplo, tramita um Projeto de Lei que torna a Educação um serviço essencial e possibilita o retorno sem vacina. Perguntamos: Como um CMEI voltará a ter crianças, sem a vacinação dos profissionais da Educação? Quem irá garantir a segurança? O SINTEGO está mobilizado pela não aprovação do projeto, já que este retorno colocaria a vida de toda comunidade escolar em risco.
Há que se considerar, os primeiros dados em testes em crianças e adolescentes no estado foram alarmantes. Todas as positivadas estavam assintomáticas, mas poderiam transmitir o Coronavírus. Ano passado, Manaus teve a experiência de abrir escolas sem vacina e o aumento exponencial na contaminação dos trabalhadores obrigou ao fechamento das unidades poucos dias depois.
Após muita cobrança e diálogo com o sindicato, o Governo de Goiás anunciou a vacinação da Educação após a segurança pública, temos a perspectiva de que comece em maio, com a primeira dose.
Agora, cabe a nós dirigentes e a toda população goiana fiscalizar a célere chegada e distribuição das vacinas para imunização da categoria, dessa forma, o retorno presencial poderá ocorrer de forma segura e responsável.
Bia de Lima, presidenta do SINTEGO e da CUT Goiás