A pesquisa do Instituto Serpes, veiculada no início da semana pelo jornal O Popular acendeu o sinal amarelo para a situação e o verde para oposição. Convenhamos: o ex-prefeito Iris Rezende (PMDB) anda sumidão da mídia e dos eventos, entretanto, em que pese este estilo ermitão de fazer política, na primeira pesquisa supera o governador Marconi Perillo (PSDB).
Dá o que pensar, ou não?
Subtende-se da análise dos números que há um desgaste de material tanto na situação. Marconi e o ex-prefeito Iris Rezende estão tecnicamente empatado na faixa dos 25%, num cenário em que aparecem ao lado de sete outros nomes. Quando colocados em disputa direta, no entanto, a vantagem é de Iris com 32,3% para 30% de Marconi e 14,1% de Vanderlan. A dianteira do peemedebista aumenta para 35,5% quando Ronaldo Caiado (DEM) é colocado, figurando com 10,9% para 30,6% de Perillo.
O Serpes deixou claro que o governo tem dificuldade para melhor se posicionar perante o eleitorado. Marconi Perillo amarga 31,7% de reprovação no Estado e 48% na capital. Vale dizer que a máquina do Estado fez uma blizkrieng na região metropolitana com a reforma da Rodovia dos Romeiros (acompanhada de centenas de out-doors de propaganda ao lado da estrada) além do lançamento de viadutos e duplicação das vias de acesso à capital. Soma-se a estas ações, um congestionamento de propagandas do governo nos principais veículos de comunicação. Todo este esforço não sensibilizou o eleitorado, conforme atestam, os altos índices de reprovação ao governo do Estado.
Neste cenário a vitória de Iris são favas contadas? Nem tanto. Para complicar, 76,3% dos eleitores desejam um nome novo. E é aí que se torna interessante também a avaliação dos outros nomes do levantamento. O prefeito de Anápolis, Antônio Gomide (PT) chega a 6%, o empresário Júnior do Friboi (PMDB) atinge 4,7% e o prefeito Paulo Garcia ( PT), 1,5%. É pouco? Não. Considerando que o governador Marconi Perillo tem uma máquina de propaganda que trabalha 24 horas por dia a seu favor e que o ex-prefeito Iris Rezende conta com o recall da última eleição para o governo, em 2010, dá para se dizer que os “novos” estão bem posicionados.
E do lado da situação, algum nome novo? O único testado pelo Serpes, o do secretário de Planejamento, Giuseppe Vecci (PSDB) teve apenas 0,1% no cenário em que nove nomes são estimulados. Ou seja, traço.
Um resumo do estudo feito pelo Serpes seria o seguinte:
1 – Iris Rezende Machado é o principal nome da oposição
2 – O PMDB, no entanto, não ganha as eleições sozinho;
3 – O governo de Marconi Perillo continua profundamente desgastado, numa demonstração de que as revelações da Operação Monte Carlo e os eventuais erros desta gestão ainda não foram perdoados pelo eleitorado.
4 – Vanderlan Cardoso (PSB) pode crescer (inclusive capturando eleitores da base governista);
5 – Antônio Gomide, Júnior Friboi e Paulo Garcia podem vir a representar o novo se tiverem competência para dialogar com os 76,3% dos eleitores que querem mudanças;
6 – A reeleição de Marconi Perillo apresenta um grau de dificuldade muito grande, mas não é impossível. Basta a oposição fracionar para valer a máxima do general Júlio Cesar: “Dividir para conquistar”.
(Texto publicado originalmente no Blog do Marcus Vinícius)