03 de outubro de 2024
Opinião
Publicado em • atualizado em 30/07/2023 às 12:21

Obras e seus impactos devem ser medidos

Obras inacabadas do BRT na Praça Cívica. Foto: Altair Tavares/Diário de Goiás
Obras inacabadas do BRT na Praça Cívica. Foto: Altair Tavares/Diário de Goiás

Uma máxima ficou conhecida em Goiânia após anos de administração do ex-prefeito Iris Rezende (MDB): os transtornos passam, os benefícios ficam. Mas parece que isso não é seguido pelos sucessores do maior líder político que Goiás já teve.

O ex-prefeito Paulo Garcia (PT), quando administrou a capital, deixou obras terem duração quase que interminável, porém no sprint final dos mandatos conseguiu fazer entregas. Agora pode-se observar novamente obras que parecem não ter fim. Você, meu amigo que lê este artigo, há quanto tempo não trafega pela Praça Cívica e pela Av. Goiás como fazia antes? Chego a dizer que você nem se lembra como era.

Nesta semana, Ronaldo Caiado (União Brasil), governador de Goiás, reclamou que não consegue chegar ao Palácio (das Esmeraldas, e também ao Pedro Ludovico) como sempre desejou, uma vez que a obra na Praça Cívica é interminável. O ex-prefeito Pedro Wilson (PT), hoje superintendente do Iphan em Goiás, também fez suas críticas à demora da obra.

Pedro Wilson tem, na linguagem da moda, lugar de fala, uma vez que quando comandou a prefeitura de Goiânia requalificou a Av. Goiás e devolveu glamour ao centro da cidade. Podemos dizer que as obras do BRT chegaram para acabar com todo o trabalho feito.

A Praça Cívica é histórica, tombada pelo patrimônio e está cada vez mais sendo colocada como inacessível. As novas gerações não conhecem a praça, assim como quase não têm acesso à Praça do Cruzeiro, por onde o BRT também passa.

Em todas as cidades desenvolvidas do mundo as obras de revitalização do centro fazem parte do objetivo das administrações públicas. Aqui em Goiânia a questão parece diferente, as obras são intermináveis. Pelo bem de Goiânia, a cidade precisa ser administrada por alguém que tem ligações afetivas com ela, que queira sentir o seu desenvolvimento pulsante, que saiba a sua importância histórica, que entenda o papel dela na redemocratização.

Goiânia, que já foi das flores, das praças, das Diretas Já, da redemocratização e das obras que deixam benefícios, hoje é um canteiro de obras inacabadas. Está incompleta na prática e no coração de sua gente. Até quando?

Marcley Matos, Assessor de Imprensa da Seduc-GO

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