O fígado gorduroso é uma doença que a população precisa ser melhor esclarecida, pois é um mal assintomático de alta prevalência, de fácil diagnóstico e tratamento, e que além disso, pode levar a quadros graves como cirrose hepática.
Primeiramente nosso leitor deve compreender um pouco mais de fisiologia e que nosso fígado é um órgão de extrema importância principalmente na parte de metabolizar os nutrientes oriundos da dieta. Costumo dizer que: “o fígado é nossa fábrica, nosso laboratório”, e que vai organizar as macromoléculas (proteínas, lipídeos e carboidratos) para cada fim dentro do nosso organismo, também chamado de órgão alvo.
Nosso corpo foi programado para estocar energia e que todo excesso na dieta será transformado em gordura para ser utilizada em momentos de restrição. O grande problema é que na atualidade não há mais momentos de restrição calórica e a dieta atual é mal distribuída, incrivelmente rica em carboidratos refinados, pobre em fibras solúveis e insolúveis, promovendo maior deposição de gordura nos tecidos alvo como: o fígado e a gordura visceral (abdome). O aumento da circunferência abdominal acarretará na famosa resistência a ação da Insulina, gerando adaptações metabólicas (pela dificuldade da glicose penetrar pelas células) como: o próprio aumento na produção da insulina no pâncreas, compulsão por mais carboidratos e lipogênese tecidual (formação de células de gordura/adipócitos nos órgãos alvo). Está aí instalada a gordura no fígado!!
A conversa sobre gordura no fígado deve ser franca e direta com os leitores, visto que a esteatose hepática acomete mais de 20% da população brasileira, principalmente os pacientes obesos, diabéticos e sedentários, de forma assintomática. Ou seja, muitos pacientes terão o diagnóstico no consultório, de acordo com exames laboratoriais e imagem, sem ao menos ter sintomas. Um mal silencioso que se perpetuado, com a continuidade dos maus hábitos e estilo de vida, poderão acometer o fígado de forma irreversível, Cirrose Hepática, cujo tratamento será apenas com um transplante.
O tratamento do Fígado Gorduroso fundamenta-se primeiramente na procura de um médico especialista, nas mudanças dos hábitos alimentares, controle do etilismo, perder peso, realização de atividades físicas aeróbicas e resistidas. Desta forma você estará respeitando “a sua fábrica, o seu laboratório” e prevenindo uma doença grave e irreversível.
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Frederico Nacruth, é medico CRM/GO 18.931
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