Vivemos um momento bastante delicado na conjuntura do nosso país um lado temos a ascenção do fascismo, com um projeto de destruição de todos os pilares que asseguram a liberdade do nosso povo, capazes de eliminar todos aqueles pensam diferente. Vivemos eleições cruciais, nas quais a própria democracia está em jogo, ameaçada por um campo onde o discurso do ódio reina e o negacionismo científico é o principal elemento do convencimento.
De outro lado temos um projeto que, apesar das dificuldades, apresenta a esperança ao nosso povo. Um projeto democrático e liderado por uma frente ampla, que atende os interesses dos mais diversos setores do nosso pais. Um projeto que colocou e quer colocar o povo pobre no centro da politica do seu governo, afim de construir um país socialmente avançado e economicamente desenvolvido, dando condições iguais a todos. Este projeto é antagonizado por aquele da extrema direita, que cria um estigma de que defender Lula seria algo moralmente incorreto e politicamente errado para uma família ‘decente’ que tem uma vida em ‘Deus’ e em “bons costumes”.
No entanto, é possível perceber que o atual governo federal, líder desta extrema direita, está envolvido em vários escândalos de corrupção, como o bolsão do MEC, a propina na compra da vacina, o ‘SIGILÃO’ de 100 ano do orçamento secreto, de cartões corporativos, de desvio de verba de prefeituras para cantores milionários. Vale lembrar que o Bolsonaro sempre colocou para o povo que o combate a tais práticas estaria no centro do seu governo, mas o máximo que ele consegue fazer é usar a caneta para blindar todos aqueles que estão ao seu redor.
Asfixia na Educação
Com a eleição de Bolsonaro em 2018, a educação se tornou a principal inimiga do seu governo, sendo a primeira a ser atacada. Não é algo surpreendente; tendo em vista que a popularidade e as estratégias políticas do governo são associadas a negacionismo científico, teorias da conspiração e “Fake News”. Era esperado que o governo não queira munir a população com recursos para resistirem às suas próprias e vis ferramentas de enganação.
Em quatro anos de governo federal não é possível ver nenhum avanço na educação, não se abriram escolas, institutos ou universidades. Não houve qualificação ou avanço no ensino, e se houve alternativa de ensino devido à pandemia, não foi devido à preocupação do governo federal. O orçamento destinado às instituições federais atualmente é equivalente ao ano de 2016, onde a presidenta Dilma (PT) ainda era presidente, e o número de estudantes era menor, e o valor de nossa moeda, maior.
O projeto de destruição da educação pública que começou com o governo do Michel Temer através da emenda constitucional 95, que congela o investimento na educação por 20 anos, foi fortemente potencializada com o governo Bolsonaro que deixou claro que não aceitaria nada que estivesse fora do seu projeto de destruição. Prova disso é que em 4 anos o Bolsonaro trocou de ministro da educação cinco vezes, além de todos estarem envolvidos em algum pacote de maldade como, o projeto futura-se, os erros do ENEM, a marca do ENEM mais desigual da história do nosso pais, a propina com verba pública destinada a base aliada do Bolsonaro, as barras de ouro para pastores, entre outros.
Com o orçamento defasado e insuficiente, as universidades e institutos federais ressaltam a dificuldade de conseguir manter as portas abertas e o ambiente de aprendizado se tornou uma batalha para continuar existindo. Estamos falando aqui sobre os alunos chegarem nas universidades e não ter água, não ter luz, das universidades e institutos federais não conseguirem efetuar o pagamento das bolsas, darem o devido suporte as casas dos estudantes e aos restaurantes universitários, além de não conseguir da manutenção no espaço físico da universidade.
A nível estadual, o governo do Caiado tem uma prática parecida nas universidades estaduais, nas quais a ausência de concurso público e vestibulares para diversos polos que não estão na prioridade eleitoral do seu governo ameaçam o funcionamento dos mesmos.
Apesar de, somente em discurso, ambos falarem que defendem a educação, e não que irão fechar as escolas, unidades da UEG, universidades, institutos, a falta de recurso, concursos públicos e vestibulares criam cada vez mais um senário prejudicial as instituições, que impede o seu funcionamento, concretizando a ameaça de fechamento, assim como retirar o oxigênio aos pouco de ser vivo faz com que a logo prazo ele pare de respirar.
O impacto das eleições na defesa das Universidades e Institutos Federais
O cenário em que vivemos é muito decisivo para educação, a reeleição do Bolsonaro (PL), apresenta um risco real para as escolas e universidades no nosso país, não somente no ensino superior mas de toda a rede educacional. Com seu projeto de desmonte o Bolsonaro quer modificar completamente a base de ensino das escolas e universidades, onde aquilo que é história e ciência deve ser colocado de lado para abraçar negacionismos, conspirações e ideias antidemocráticas, como por exemplo, impedir que os livros escolares tratem a ditadura militar de 64 como um regime autoritário que torturou e matou milhares de brasileiros que se opuseram a ele, e passar apresentar o regime militar como os salvadores do Brasil das mãos do “comunismo” que nunca esteve nem perto de acontecer, além da perseguição instaurada aos professores das áreas voltadas ao ramo da ciências sociais com o projeto Escola sem Partido.
O fato é que o governo Bolsonaro é o inimigo da educação. Após vários ataques é possível ver que as universidades e institutos não conseguem sobreviver a mais 4 anos de governo Bolsonaro, não somente pela base ideológica que estrutura o método de governo, mas também pela falta de recursos.
Hoje, mais do que nunca, temos um papel importante na eleição do Lula, mesmo sabendo que 2023 não será como 2002, e entendendo que patotinha de meninos mimados levou o Brasil para crise sem tamanho, não somente política, mas também econômica e social. A prova disso é Brasil voltar para o mapa da fome, são os 3,5 milhões de alunos evadiram das universidades segundo dados da matéria publicada no G1 no dia 02/01/2022. A juventude é severamente afetada com a falta de emprego, além do salário mínimo ter perdido o poder real de compra e a inflação levar os preços de tudo às alturas.
O que está em jogo é o futuro do Brasil, Onde estaremos daqui 20 anos se nossas universidades pararem de produzir conhecimento e ciência para nossa sociedade? Como podemos pensar em um pais desenvolvido sem falar do papel fundamental e central da educação, que além de tudo é a única forma alternativa realmente transformadora? Por isso dizemos que para quem é pobre estudar é um ato revolucionário, e iremos lutar por esse direito. Ocupamos as ruas de Goiânia no dia 18 de Outubro, e no dia 30 ocuparemos as urnas, e elegeremos Lula e um projeto que defende a educação.
Ranilson Ferreira Paiva Junior é presidente da União Estadual dos Estudantes de Goiás e conselheiro Estadual da Juventude do Estado de Goiás