09 de agosto de 2024
Opinião
Publicado em • atualizado em 13/02/2022 às 00:32

Modernidade, sustentabilidade e inclusão

Francisco Lopes é superintendente do Secovi Goiás
Francisco Lopes é superintendente do Secovi Goiás

Por questões profissionais, na última década tenho acompanhado criteriosamente o cenário político, especialmente as ações dos legislativos municipal, estadual e federal. São inegáveis os esforços dos mais variados atores políticos para a construção de um futuro mais digno e próspero para aqueles que vivem em nossa capital. Entretanto, muito ainda deve e pode ser feito nessa longa caminhada rumo ao crescimento sustentável e à prosperidade socioeconômica. Temos que superar obstáculos e encarar desafios, promovendo um real processo de desburocratização, por meio de instrumentos eficientes e legais, que resultem na geração de emprego e renda. Para tanto, todos os caminhos viáveis passam necessariamente pelo incentivo ao setor produtivo, numa parceria virtuosa que garanta um cenário adequado e atrativo para os investimentos.

De acordo com a recente pesquisa Mercado Imobiliário na Íntegra, da  BRAIN – Bureau de Inteligência Corporativa – empresa de inteligência estratégica, pesquisa e consultoria em negócios, o crescimento populacional médio anual de Goiânia (1,7%) é superior ao do País (1,1%) e, na projeção do estudo, em 2025  Goiânia terá uma população de  aproximadamente  1.700.000 pessoas. Segundo a mesma pesquisa, 59,6% da população goianiense economicamente ativa tem média salarial de R$ 937,01 a R$ 2.811,00. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) IDHM de Goiânia é 0,799, em 2010, o que situa a capital na faixa de Desenvolvimento Humano Alto (IDHM entre 0,700 e 0,799).

A questão é clara: ou a nossa capital torna-se continuamente atrativa para investimentos ou assistirá outras metrópoles acenando aos empreendedores com panoramas mais atraentes. Para manter e até superar esse IDHM e garantir emprego, renda, educação, transporte e saúde de qualidade a uma população em constante crescimento, é preciso discutir a atualização de leis estratégicas para o desenvolvimento socioeconômico, como o Código Tributário, Código de Posturas, Legislação Ambiental, Lei do Parcelamento do Solo. Debater de forma transparente e democrática, tendo como foco o avanço, a capacitação e a produtividade. Devemos ter em mente que o mundo muda de forma acelerada e, com o advento da pandemia, essa velocidade ganhou contornos desconcertantes. As leis devem acompanhar esse deslocamento ou correrão o perigo de se transformarem em peso a ser arrastado pelo setor produtivo. A economia brasileira registrou queda recorde no segundo trimestre deste ano. O PIB (Produto Interno Bruto) encolheu 9,7% na comparação com o primeiro trimestre de 2020. Estudos desenham um futuro ainda mais inquietante pós-pandemia, empobrecido e com menos mobilidade social. Portanto, se desejarmos minimizar os impactos socioeconômicos com geração de emprego e renda, esse debate deve ser intensificado, especialmente nesse momento próximo às eleições municipais.  O compromisso com uma cidade moderna, competitiva e sustentável, onde investimentos sejam bem vistos, bem vindos e bem recebidos, deve tonificar as propostas maduras de candidatos sérios e realmente sintonizados com o presente e o futuro da nossa capital. Engessar o futuro com leis superadas é negar qualidade de vida à população goianiense, é subtrair o direito de vivermos numa cidade contemporânea, economicamente sustentável e inclusiva.

Francisco Lopes é superintendente do Secovi Goiás