Primeiro quero deixar claro uma coisa: neste texto não vou tratar de dificuldades e pontos negativos que o evento traga, apenas de um ponto de vista específico e que merece ser retratado. Tenho vinte e nove anos de idade, sou goianiense de nascença e criação e minha música favorita não é a sertaneja.
Lembro que, quando pequeno, assistia o programa AMIGOS na Rede Globo e dos seis integrantes, quatro goianos. Ainda dentro do mundo da televisão, lembro de quantas novelas foram e são embaladas pelas músicas sertanejas de Zezé di Camargo & Luciano, Cristian & Ralf, Leandro & Leonardo, posteriormente com Bruno & Marrone, dentre outros.
Uma das lembranças que me vem, apesar da idade precoce, sobre o tamanho da Pirâmide Cowboy, marca que se tornou conhecida como a casa da música sertaneja no Brasil. Virou referência. Houveram alguns ensaios de novos artistas com alcance nacional, uns deram certo outros não. Depois, cerca de 15 anos após o estouro do sertanejo goiano no Brasil, já de 2005 para frente, puxados por Jorge & Matheus, veio uma nova safra com grandes expoentes como Cristiano Araújo.
Não entendo como o poder público e privado não investem nesse segmento. Sim, Goiânia é a capital da música sertaneja. Há muito preconceito. E o gênero musical é mais um, dentre todos os outros. Mas, inegavelmente um catalizador de exposição midíatica de Goiânia e Goiás. É um produto cultural com altíssimo poder comercial para, inclusive, subsidiar outros segmentos musicais no Estado.
Entre os anos de 2007 e 2010 realizei concursos de música sertaneja que distribuíam condições dos artistas trilharem suas carreiras artísticas e exposição na mídia local. Recebíamos centenas de inscrições, gente de fora que vinha participar dizendo: nós precisamos começar por Goiânia. E eles tinham razão. Ainda hoje não é diferente. Quer fazer sucesso na música sertaneja? Tem que vir para cá. Gusttavo Lima, Eduardo Costa e outros artistas comprovam a tese.
Nas férias do ano passado eu fiz uma viagem de carro para o Paraguai. Foram quase mil e quinhentos quilômetros. Quatorze horas de viagem. De cem por cento das músicas que ouvi nas rádios, oitenta era de goianos, sertanejos claro!
Em Goiás, buscamos culturas de outras regiões do país para nossos eventos. Não conseguíamos produzir um evento que oferecesse uma das nossas principais culturas para o Brasil. Diferente, por exemplo, do rock alternativo que dispõe de pouquíssimos recursos, se comparado ao sertanejo, e dá aula. Posicionou Goiânia no roteiro do cenário nacional alternativo.
Mas, um cara certamente maluco conseguiu este feito. Ousou. Empreendeu. Pelo conhecimento que tenho, sem apoio efetivo dos governos locais, criou um monstro. Só no quesito palco, retirou o U2 do Guiness Book e cravou o estacionamento do Estádio Serra Dourada lá. Iniciou aqui, em Goiânia, um evento que roda o Brasil inteiro. Mais de vinte cidades em que leva a música sertaneja, em mensagem subliminar é a música goiana chegando a boa parte do mais de duzentos milhões de brasileiros.
Portanto, Marquinhos, parabéns por criar o Villa Mix Festival. Espero que o evento cresça e que gere mais lucros para nosso Estado e município. Desejo que continuemos entre os artistas, bandas e duplas mais tocados no país. Faço votos de que esse mercado seja mais unido e continue gerando cultura ao povo, gerando trabalho e sendo uma oportunidade de crescimento a nossa sociedade.
Obrigado, Marquinhos!
Edy Medrado – É Consultor de Negócios da Carvajal Informação. Presidente da APP Goiás. Profissional de Propaganda, Jornalista, Gestor Executivo de Negócios e Practitioner em PNL com experiência em e-commerce, jornalismo, marketing e publicidade nas principais mídias.