Publicado no blog do jornalista Marcus Vinícius
O imponderável faz parte da politica. Foi assim em 1998, Tudo indicava uma vitória fácil para Iris Rezende(PMDB), mas o destino conspirou a favor de Marconi Perillo (PSDB). O tucano confirmou uma verdade na política goiana de que os ciclos duram de 16 anos. Um novo ciclo se desenha em 2014? É possível.
O período de mando do PSDB em Goiás completará 16 anos em 2014. Sinal amarelo ou vermelho? Depende da capacidade do partido se renovar. Em São Paulo, por exemplo, o grupo político capitaneado por Franco Montoro, em 1982, continua praticamente o mesmo. E lá se vão 30 anos de poder. Isto pode se repetir em Goiás? Ou Marconi conseguirá superar a barreira dos 16?
O imprevisível é um ator sem controle. Hoje, tudo indica, Marconi Perillo é candidato à reeleição. Amanhã, nem tanto. Sob a égide da Lei da Ficha Limpa, pode haver obstáculo ao seu projeto. A CPI do Cachoeira não vingou no Congresso? Para o Ministério Público Federal, tanto faz. Os documentos que lhe foram remetidos servem de subsídio para futuros problemas jurídicos ao governador. O mensalão tucano será julgado este ano? Quem sabe? Se for, o nome de Marconi aparece entre os que receberam dinheiro da “Lista de Furnas” e do “valerioduto”, conforme revelou a lista de doações e de doadores publicada na revista Carta Capital ( http://migre.me/cIssc ).
Caso Marconi não seja o candidato, quem irá substituí-lo?
Com as eleições de 2012 emergiram novos atores na política. O prefeito Antônio Gomide (PT), em Anápolis, foi o campeão com 89% dos votos. Paulo Garcia (PT), em Goiânia, consolidou-se com a reeleição. No PSDB, a grande estrela é o deputado Jardel Sebba, que na terceira tentativa finalmente venceu a disputa em Catalão.
Na bolsa de apostas, acredita-se que Paulo Garcia será o candidato das oposições porque tem o apoio do ex-prefeito Iris Rezende (PMDB). O pensamento também vale ao contrário, ou seja, Iris Rezende pode ser o candidato porque tem o respaldo do prefeito de Goiânia.
Mas, no PSDB, qual nome substituiria o de Marconi Perillo?
No passado foi feita a aposta no deputado federal Leonardo Vilela (PSDB). Ele perdeu duas oportunidades. Em 2006, trocou o PP pelo PSDB mas não conseguiu firma-se como alternativa a sucessão de Marconi. O vice-governador Alcides Rodrigues (PP) manteve a prerrogativa de ser reeleito, ao assumir o mandato com a desincompatibilização de Marconi para ser candidato ao Senado. Seis anos depois, Leonardo seria atropelado por seu colega de bancada, Jovair Arantes (PTB), perdendo a oportunidade de ser o candidato do governo à prefeitura de Goiânia.
O vice-governador José Eliton (DEM), é jovem, e ainda não mostrou a que veio. Tem contra sí sua administração na Celg, alvo de investigações do Ministério Público, e a derrota do próprio pai, na disputa pela prefeitura de Posse.
Ronaldo Caiado (DEM) não une. E por mais que repita para si mesmo que não tem nada haver com os problemas do ex-senador Demóstenes Torres, foi ele quem trouxe o promotor para a política partidária , quando peitou o Palácio das Esmeraldas e derrotou Jalles Fontoura na convenção do PFL que indicou Demóstenes candidato ao Senado em 2002.
Sobrou quem?
Quem fica com o legado do Marconismo?
Jardel Sebba parece o nome mais provável. Ex-presidente da Assembléia Legislativa, ele fez Helder Valim o seu sucessor no comando da casa.
Articulou a indicação de Kennedy Trindade como conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado).
Fez o presidente da Agecom, José Luiz Bittencourt e o Assessor de Imprensa do Governador, João Bosco Bittencourt. Na sua cota também está o Secretário de Ciência e Tecnologia, Mauro Netto Fayad, e o diretor financeiro da Agetop (Agência Goiana de Transporte e Obras Públicas).
Jardel, portanto é o melhor nome do PSDB caso venha a ocorrer qualquer impedimento legal a que Marconi Perillo seja candidato à reeleição. Não haveria descontinuidade se Jardel tivesse que se desincompatibilizar em 2014, uma vez que seu vice, Rodrigo Carvelo, o Rodrigão, é do PSDB, e traz ainda consigo o “charme” de ser sindicalista, numa cidade com duas montadoras, e tendo presidido da Força Sindical.
Derrotar o PMDB num de seus berços fortalece o discurso de Jardel junto ao PSDB. O apoio de Marconi ao seu nome, passando-lhe o bastão do “tempo novo”, poderia ter o efeito agregador na base governista.
É certo que há um enorme desgaste na “marca” Marconi. Há cachoeiras, furnas, buracos nas estradas, violência em ascendente, crise na saúde, na educação etc. Mas é inegável que a máquina administrativa tem força, como foi demonstrado na própria eleição de Jardel em Catalão, que contou com o respaldo da máquina da Assembléia Legislativa e a máquina do governo do Estado.
Jardel já foi ungido por Marconi, desde a sua primeira eleição à presidência da Mesa Diretora da Assembléia Legislativa em 2007. A preferência seria confirmada e reafirmada nas eleições municipais de 2008 e de 2012. Em 2014., só falta cantar para Marconi o novo sucesso de Roberto Carlos: “ esse cara sou eu”.