A física aplicada na arquitetura funcional é a arte de projetar e edificar ambientes com fluidez e eficácia para trazer conforto, seja ele térmico, acústico ou lumínico, além da bela estética, a um hospital ou ambiente de saúde. É de extrema importância que os grandes edifícios hospitalares tenham essa linha de desenvolvimento em seus projetos.
Nos dias atuais, a relação entre o homem e o espaço, ou melhor, a forma como o homem interfere no meio, cria condições funcionais que precisam ser mais favoráveis para habitação, utilização e organização dos ambientes.
Edifícios hospitalares de sucesso possuem uma qualidade dominante: eles parecem naturais e confortáveis por se tratarem de ambientes em que a saúde do ser humano merece atenção especial. O homem se conecta com o entorno através da pequena escala e precisa se sentir seguro em relação a qualquer estrutura de grande escala. É como se a casa (home) fosse um objeto quântico e as construções um objeto newtoniano clássico.
Um hospital do futuro pode ser definido como uma instituição de saúde altamente tecnológica, centrada no paciente e na prevenção de doenças e, principalmente, de acidentes. Esse tipo de lugar também busca prevenir desperdícios, ganhar eficiência, incluir a comunidade e o próprio indivíduo, empoderar o paciente. E, acima de tudo, busca prestar serviços de saúde com qualidade e segurança. Essa instituição de excelência será tema de discussão no 4º Simpósio Nacional de Gestão Pública e Privada, que será realizado, no teatro Sesi, em Goiânia, no próximo dia 27, onde falaremos sobre a necessidade de revisitar conceitos e paradigmas que já não respondem adequadamente às necessidades estruturais dos serviços de saúde.
É preciso cada vez mais integrar os cuidados do paciente desde a atenção primária até a reabilitação. E o hospital é o elemento central deste cuidado. Defendo que no hospital do futuro devem estar presentes algumas importantes características, que incluem:
Tecnologia com inovação: o hospital do futuro deve estar equipado com as tecnologias mais avançadas disponíveis no mercado, desde equipamentos médicos de última geração até sistemas de informação e comunicação que permitem uma troca rápida e eficiente de informações médicas. Porém, nada disso vale sem pessoas. Os profissionais da saúde são fundamentais, eles vêm antes da inovação e antes da tecnologia. Formação de talentos para manipular a inovação tecnológica é vital.
Abordagem centrada no paciente: os hospitais do futuro devem ser projetados com foco nas necessidades e motivados pelos pacientes, oferecendo um atendimento personalizado e humanizado, com uma equipe multidisciplinar de profissionais de saúde trabalhando em conjunto para oferecer o melhor tratamento possível.
Prevenção e cuidados de saúde integrados: o hospital do futuro deve estar focado na prevenção de doenças, fornecendo serviços que vão além do tratamento de doenças, como aconselhamento nutricional, programas de exercícios físicos e outras intervenções que ajudam a manter os pacientes saudáveis e prevenir doenças .
Sustentabilidade: os hospitais do futuro devem ser construídos com uma abordagem sustentável, utilizando tecnologias e práticas que minimizem o impacto ambiental, promovendo o uso de energias renováveis, gestão de resíduos e práticas ecológicas em geral.
Colaboração e conectividade: os hospitais do futuro devem ser integrados com outros serviços de saúde, como clínicas, centros de saúde e laboratórios, criando uma rede conectada de cuidados de saúde que possa oferecer soluções integradas e coordenadas para os pacientes.
A lista que características que definem um hospital do futuro pode ser expandida à medida que novas tecnologias e modelos de atendimento ao paciente surgem no mercado da saúde.
Walmoli Gerber Jr., é Físico, fundador e diretor executivo da BrasilRad, empresa de física médica