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A economia goiana é sustentada por dois grandes pilares: a indústria e agropecuária. O PIB industrial de Goiás é de R$ 37,2 bilhões, o que equivale a 3,2% da indústria nacional. Sozinho, o setor emprega mais de 306 mil trabalhadores. A produção do setor é um dos mais importantes alicerces do crescimento de muitos países, e por aqui não é diferente.
Recentemente o governador eleito Ronaldo Caiado (DEM) anunciou a intenção de retirar 1 bilhão de incentivos fiscais em diversos segmentos, que poderia afetar a economia com a migração de empresas e o aumento do desemprego, além da queda de investimentos por parte do setor. A proposta inicial, apresentada à Associação Pró-desenvolvimento do Estado de Goiás (ADIAL), foi recebida com críticas, já que nosso Estado possui uma forte cultura industrial.
Os incentivos fiscais fazem parte de uma política de desenvolvimento da economia adotada para atrair novas empresas, aumentar o poder de consumo, estimular a geração de empregos e melhorias estruturais nas cidades. Por exemplo, com os incentivos fiscais, Aparecida se tornou uma das cidades que mais crescem em Goiás. Em apenas 10 anos, saltou de seis mil para 46 mil CNPJs ativos, figurando em segundo lugar no ranking estadual em abertura de novas empresas. No último ano, foi o segundo município no Brasil, e o primeiro em Goiás, que mais contratou pessoas.
Sabendo que a medida era radical, o debate sobre a redução definitiva dos incentivos fiscais avançou em um novo encontro com a Adial nesta semana. O corte será mantido apenas em 2019, mas o setor vai exigir que a discussão seja retomada após este período. Isso comprova que a experiência no Poder Executivo é fundamental para estabelecer um diálogo com todos os segmentos da sociedade antes de anunciar qualquer medida.
Como prefeito e cidadão, acredito que o problema das contas públicas estaduais não será resolvido com o aumento da arrecadação de impostos. Alguns incentivos realmente precisam ser revistos, mas deve ser feito estrategicamente de modo que o Estado não se torne desinteressante às empresas.
Um exemplo que ilustra este cenário é a migração da Unilever. A multinacional anunciou em novembro deste ano que está deixando Goiás e voltando para sul de Minas Gerais, após 12 anos. O governo ofereceu benefícios fiscais à empresa, que vai investir R$ 127 mi em Pouso Alegre, favorecendo a economia mineira e enfraquecendo a de Goiás.
As indústrias e empresas são de extrema importância na movimentação de investimentos. O setor funciona como um grande termômetro da economia. Por isso, uma decisão deste porte precisa ser dialogada com cautela entre representantes de todas as categorias impactadas e com a sociedade. Como gestor público, me coloco à disposição para colaborar na construção do debate para que nosso Estado continue crescendo.