Quando falamos no tema da população mundial e brasileira com mais de 50 anos, o que é chamado hoje de Geração Prateada ou 50+ podemos pensar em diversas facetas e/ou perspectivas.
A faceta mais abordada e que gera grandes discussões está no campo social ou humano, falando-se de inclusão social, políticas públicas e preconceito, utilizando-se de nomes como o etarismo, ageísmo, idadismo para se referir ao preconceito etário.
Segundo dados da ONU, em 2017 o mundo tinha 962 milhões de pessoas com mais de 60 anos. Em 2050, esse número passará para 2,1 bi – o equivalente a 25% da população mundial. No Brasil, hoje temos 30,3 milhões de idosos e seremos 68,1 milhões em 2050.
O mundo envelheceu, e o Brasil não é diferente. Isso fez com que a economia prateada tenha outro peso no mercado mundial.
Originalmente do inglês, silver economy – economia prateada – é a soma das atividades do mercado voltado exclusivamente para as necessidades das pessoas com 50+. Também é conhecido como “economia da longevidade”, e cresce surpreendentemente conforme a população envelhece e a pirâmide etária se inverte em vários países.
Segundo Layla Vallias, cofundadora do Tsunami60+ (um estudo realizado com o público sênior consumidor), no Brasil esse mercado atinge a marca de 2 trilhões de reais por ano, representando pelo menos de 20% a 30% de qualquer mercado de consumo. No mundo, os valores chegam a 15 trilhões de dólares.
Ao tratar da densidade populacional brasileira, os números não param de crescer. No Brasil são mais de 33 milhões de pessoas com mais de 60 anos e mais de 54 milhões de pessoas acima de 50 anos. A realidade dos negócios hoje é outra!
Se engana quem pensa que os gastos do público maduro são voltados apenas para saúde. Com o desenvolvimento da medicina e ciência, a qualidade de vida e longevidade crescem juntas, sendo assim, para este público sobra mais tempo para viajar, empreender, comprar e investir.
Sendo assim, a partir de uma vivência de mais de 30 anos de mercado como autor de livros, treinador, palestrante, professor de pós-graduação, consultor e mentor de carreiras posso garantir que esta maturidade, senioridade e longeratividade dos profissionais com 50+ podem contribuir muito para suas organizações.
Portanto, é fundamental repensar e mapear como as políticas públicas e as políticas corporativas estão sendo realizadas para este público, que tem uma condição única de contribuição em posições de gestão, como formador de equipes, como mentor, consultor interno, especialista sênior e por aí vai.
E no aspecto organizacional e de posicionamento de mercado, sua empresa sabe como atender esta geração prateada e quanto pode estar perdendo em receitas com isto?
No próximo dia 27 de abril, no 4º Simpósio Nacional de Gestão Pública e Privada, que será realizado no teatro Sesi, em Goiânia, irei falar sobre o assunto em um workshop com o tema “Planejamento e Gestão de Carreira dos 50+”.
Fábio Rocha é especialista em Carreira e Diretor-Executivo da Damicos Consultoria em Liderança e Sustentabilidade