09 de agosto de 2024
Opinião
Publicado em • atualizado em 26/05/2012 às 14:19

Convocação de Perillo pela CPI do Cachoeira parece inevitável

Pelas evidências apresentadas pela Polícia Federal, o grupo de Carlos Cachoeira teve intensa participação política em Goiás, com com suspeita de liberação de verbas para campanhas de diversos nomes da política do Estado. O governador Marconi Perillo que vem trabalhando intensamente para minimizar a perda de popularidade, com campanha nas mídias locais e regionais, deverá se preparar para
enfrentar a CPI mista formada no Congresso Nacional.

Os indícios levam a relação de proximidade do governador com o grupo contraventor, o que torna insustentável a sua não convocação, com definição marcada para essa terça-feira, entre os partidos governistas e de oposição.

Nos últimos dias vem se intensificando as dúvidas sobre a origem do dinheiro da casa vendida pelo governador, onde foi preso Cachoeira, no valor de R$1,4 milhão. Wladmir Garcez, ex-vereador tucano, ao apresentar sua versão sobre a venda do imóvel do governador, trouxe contradição sobre o que havia afirmado Perillo, o que despertou ainda mais as dúvidas sobre parlamentares e opinião pública.

Afinal, qual é a verdade? A campanha do governador recebeu verbas de Cachoeira ou da empresa Delta de Fernando Cavendish, ligada ao Grupo? Quem comprou e pagou a casa de Perillo?

Talvez seja mesmo importante a presença do governador de Goiás à CPI, no sentido de esclarecer os fatos apresentados, geradores de dúvidas. O mesmo deverá ocorrer com Agnelo Queiroz, que vem sendo blindado pelo partido dos trabalhadores, mas caso a pressão se torne muita entre a opinião pública, especialmente, será o segundo governador a prestar esclarecimentos formalmente sobre o caso.

Conforme, matéria publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, neste sábado (26), em seu site, as evidências de envolvimento com o grupo de Cachoeira direcionam mais para o governador goiano. O PSDB de Perillo resiste à sua convocação, com dificuldades.

Questões históricas
Na campanha ao governo do Estado passada, o tema foi pouco discutido pela mídia e opinião pública local e regional, mas não haveria dúvida que, depois de eleito, Perillo não teria vida fácil, sobretudo tendo como oposição o PT, partido de sustentação de Dilma Rousseff, cuja presença de Lula no governo seria forte, que mantém mágoas política e pessoal contra o tucano.

Entretanto, a situação se tornou ainda mais complicada diante das denúncias todos os dias na mídia nacional, sendo que o partido do governador tem pouca força política na atualidade, com amplas brigas internas, sem um representante que possa alavancar seu
discurso. De certa maneira anda na contramão da realidade política nacional e global, e não é de hoje. O próprio Perillo prioriza a privatização dos órgãos estratégicos do Estado.

Os próximos dias serão de expectativas e muitas negociações de bastidores em Goiás e Brasília. A ida de Perillo à CPI pode criar mais fatos para a política goiana, com reflexos na base eleitoral do Estado, exatamente em pleno ano eleitoral, cuja região dominada por tucanos e peemedebistas.

Embora Paulo Garcia (PT), não demonstre muita desenvoltura política, mas o partido dos trabalhadores certamente tem estratégias para fortalecer sua base em Goiás, a começar pela capital.

Então, é aguardar para ver o desenrolar dos acontecimentos.

 


Antonio Silva é professor dos cursos de Jornalismo da PUC e FASAM e doutorando em Jornalismo na Unb.

 

@antoniosilvva