07 de agosto de 2024
Opinião
Publicado em • atualizado em 25/05/2012 às 19:48

Cachoeira: um “banho de água fria” na eleição municipal

Ano de eleições municipais costuma ser agitado no meio político. Normalmente, os meses que precedem a votação são tomados por articulações, formação de coligações partidárias, conversas com lideranças de diversos segmentos, e construção de planos de governo. Exceto este ano, em Goiânia.

Este é, sem dúvida, o processo eleitoral mais frio dos últimos tempos. As investigações da operação Monte Carlo, que revelaram ligações de políticos com supostos esquemas de corrupção, deu um verdadeiro “banho de água fria” no processo de postulação à prefeitura da capital goiana.

O eleitorado goiano mostra-se extremamente decepcionado. Afinal, tivemos a comprovação de ligações profundas de um antes respeitado Senador com a corrupção. Demóstenes Torres teve votação expressiva do eleitorado da capital. Esta decepção é traduzida nos números da última pesquisa SERPES-O Popular, que apontou 25% de intenção de votos nulos, superando o percentual de todos os pré-
candidatos avaliados.

Neste contexto, os profissionais de Marketing eleitoral têm vários e grandes desafios. O primeiro deles é convencer o público a escolher uma opção, o segundo, e não menos importante, é tornar seu cliente a melhor alternativa. Tudo isso num curto período de tempo e com orçamento reduzido. Sim, este ano a expectativa é que as doações de campanha diminuam consideravelmente.

O prefeito está em vantagem, com maior exposição e a máquina do governo trabalhando a seu favor. Ainda assim, não tem avaliação de governo com índices satisfatórios que lhe garantam eleição tranquila. Sua equipe de Marketing tem o objetivo de fortalecer sua imagem, desvinculando-o dos problemas herdados pelo antigo administrador, como os contratos com a Delta, as obras não terminadas, o imbróglio do parque Mutirama, entre outras. Ao que parece, este é o trabalho mais adiantado. O “Marketeiro” já foi escolhido e sua equipe está trabalhando a todo vapor.

Do outro lado, temos pelo menos quatro pré-candidatos prestes a gastar tempo e energia para tentar justificar qual o grau de associação de seus nomes ao de Carlos Cachoeira: Sandes Júnior (PP), Jovair Arantes (PTB), Leonardo Vilela (PSDB) e Elias Vaz (PSOL). Nenhum deles sequer está sendo investigado, mas muitos eleitores enxergam “fumaça” e desconfiam do “fogo”. Em casos assim, para os
profissionais de Marketing, “parecer” é quase tão importante quanto “ser”. Então a previsão é de muito trabalho pela frente.

Uma última possibilidade é o surgimento de um nome novo e à margem do nome Cachoeira. Neste caso, restará aos profissionais de marketing responsáveis tornar este candidato conhecido e apresentar de forma eficaz seus projetos. O que temos de certeza, é que o debate eleitoral deste ano não será adiantado um só dia. A melhor estratégia de marketing para todos os lados tem sido a cautela. Afinal, ninguém sabe que fato diferente pode surgir em meio a tantas revelações. Em tempos de CPI e investigações diversas, reina a
instabilidade dos discursos e uma grande oportunidade para uma renovação nos quadros de prefeito e vereadores.

 


Evandro José B. Macedo

 

É profissional de Marketing, sócio-proprietário da MKT Marketing e professor universitário.