28 de agosto de 2024
Opinião
Publicado em • atualizado em 08/10/2012 às 22:58

As lições de Posse e de Trindade

Por que a oposição perdeu em Trindade e venceu em Posse? O que faltou para Ricardo Fortunato (PMDB) ou Flávia Moraes (PDT) derrotarem Jânio Darrot (PSDB). Que zebra foi essa em Posse que derrotou Dr.Eltinho (DEM), pai do vice-governador, José Eliton (DEM)? Simples: a união das forças de oposição derrotou o governo no Nordeste Goiano, e a desunião desta derrotou-a  na Terra Santa.

Margarete Valente, a Guete, não conseguiu o registro de sua candidatura para disputar pelo PMDB a prefeitura de Posse. Um racha no PMDB local fez com que parte do partido aderisse à campanha do DEM, indicando o vice de José Eliton Figueira, o Eltin. O presidente regional do PMDB, Adib Elias, interferiu em favor de Guete. Pouco adiantou. Sua campanha ficou prejudicada pela demanda jurídica de ser ou não ser a candidata do PMDB.

O odontólogo José Gouveia (PSB), disputava pela segunda vez a eleição no município, tendo como padrinho o presidente estadual do PSB, o empresário José Batista Júnior, o Júnior do Friboi. Guete tinha preferência popular, mas não tinha um partido. Nas eleições de 2010, disputando mandato de deputada estadual pelo PTN, Margarete Valente teve 8.064 votos (49,51%),  Gouveia era desconhecido e tinha um partido. O fim do empasse se deu nos instantes finais da eleição. Um acordo entre José Gouveia, Margarete Valente e Júnior Friboi selou  a união da oposição em Posse, e o resultado, foi a vitória de Gouveia por 8.404 votos (48,97%), contra 8.164(47,57%) de Eltin.

Em Trindade PMDB e PDT subestimaram o governo do Estado. O prefeito Ricardo Fortunato avaliou mal o quadro. Apostou na força da máquina municipal para suplantar as candidaturas de Flávia Moraes e Jânio Darrot. Apostou errado. Faltou humildade ao peemebista e também a pedetista para um acordo que beneficiasse a ambos e também ao município. Se tivessem se  sentado à mesa, poderiam ter pactuado a reeleição de Fortunato e o apoio deste à reeleição de Flávia.  Os dois sairiam ganhando, e a cidade manteria uma representante no Congresso Nacional. Preferiram o confronto, perderam tudo. Vai ficar muito mais difícil para Flávia Moraes (PDT) conquistar sua reeleição, assim como o quadro piora para Nélio Fortunato (PMDB) continuar na Assembléia Legislativa.

Em 2010, Flávia Morais teve 24.013 (44,68%) dos votos de Trindade para deputada federal. Terminou as eleições de 2012 com 15.221(24,85%), porém, sua votação, somada aos 18.859 votos de Ricardo Fortunato (30,79%), ultrapassariam em 6.906 votos (11,28%) os 27.174 votos (44,36%) dados a Darrot.

Dançaram.

Fica o alerta para a oposição nas eleições de 2014. Se PMDB, PT, PSB, PDT, PSC(?), PC do B e outros subestimarem a força do Palácio das Esmeraldas, o governador Marconi Perillo (PSDB) – ainda que arranhado pelas denúncias de envolvimento de seu governo com o esquema do bicheiro Carlinhos Cachoeira -, ainda assim, pode se dar bem e garantir o seu quarto mandato.


Marcus Vinicius é jornalista e editor do jornal Onze de Maio