06 de setembro de 2024
Opinião
Publicado em • atualizado em 30/08/2022 às 16:22

A importância de eleger membros da Segurança Pública

(Foto: Agência Brasil)
(Foto: Agência Brasil)

As eleições se aproximam e algumas reflexões devem ser feitas. A primeira delas é que a segurança pública sempre aparece entre as três necessidades mais urgentes apontadas pelos eleitores em todas as pesquisas qualitativas realizadas, o que é plenamente justificável. Nesse sentido, escolher candidatos especialistas nessa área, que tenham um olhar diferenciado e preparado para essas necessidades, se impõe. Antes, é preciso pontuar como chegamos até aqui, nós, oriundos das forças de segurança.

Sem sombra de dúvida, o melhor regime que existe é o democrático e o importante, nesse processo, é ir construindo o respeito e a capacidade de se sentar a uma mesa e poder discutir ideias, ideologias e chegar a um consenso da construção de projetos objetivos que vão fazer com que se construa esse processo chamado de democrático. 

Nossa democracia é jovem e, no meio militar, é mais jovem ainda. Foi a partir da Constituição de 1988 que tivemos a cidadania plena, com direito ao voto. Até então, era vedado ao militar, ao cabo e soldado, o direito ao voto. Com isso, essa importante camada populacional, a segurança que cuida do nosso dia a dia, da nossa segurança, das estradas, das cidades; os soldados que cuidam da nossa soberania, da defesa da nossa pátria, não tinham direito de participar da nossa cidadania plena, de escolher aqueles que iriam dirigir o país. 

Hoje isso mudou e esse processo levou a dois vieses: primeiro, a necessidade de escolhermos, pela militância da categoria, especialistas que possam estar assumindo de forma democrática cargos que viabilizem levar esse olhar do especialista viabilizando projetos de melhor atendimento, expansão, que vão dar qualidade a essa pasta, da Segurança Pública, que todos os anos eleitorais é a primeira necessidade a ser apontada pelos eleitores, ao lado da saúde e da educação. 

De certa forma, também, essa ação da nossa democracia brasileira está em fase de desenvolvimento. Isso porque há uma grande massa de velhos políticos que ainda utilizam da compra do voto. Ora, é óbvio que quando se faz isso, acabou-se o compromisso daquele político com o eleitor. A conscientização política vem aumentando de forma gradativa, lenta, aquele eleitor que escolhe o seu candidato não pelo que ele é, mas pelo que ele pretende e o que ele vai fazer em suas propostas para mudar, construir e desenvolver – seja em nível municipal, estadual ou federal – e isso é o processo democrático em construção. 

O segundo viés é que o eleitor quer substituir antigas lideranças que praticam esses atos pouco democráticos, como a compra de votos e desrespeito à coisa pública, buscando um novo político surgido da necessidade e desejo popular de ter novos nomes justamente pelo objetivo de virem novas propostas e nova maneira de ser, com mais integridade e respeito à coisa pública. 

Assim, nós, militares, estamos nesse processo democrático como cidadãos, colocando nossas ideias, nossa especialidade, nossa visão, não apenas da segurança pública, como da educação, do agronegócio, da saúde e outros temas relevantes que fazem a diferença em nossa vida. E certamente, com a experiência de gestão e de liderança, cria-se hoje uma grande afinidade com o público que vai às urnas. Vamos fazer o certo, vamos escolher o melhor! Escolha o seu candidato, não venda o seu voto! 

Uma das razões da necessidade de se eleger representantes das forças de segurança é, primeiro, obviamente, que somos geridos por aqueles que governam e traçam as políticas públicas com as quais nem sempre concordamos  e podemos, de forma mais contundente, influenciar nas políticas que vão fazer essa importante direção da segurança pública, da urgência e emergência; e segundo , também, é claro, na defesa da dignidade daqueles que exercem essas atividades, que precisam ter condições de trabalho, segurança, motivação para poder exercê-las.

Carlos Helbingen Júnior

Carlos Helbingen Júnior é coronel bombeiro militar de Goiás, ex-comandante do Corpo de Bombeiros, candidato a deputado federal (PTB)

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