22 de novembro de 2024
Opinião
Publicado em • atualizado em 11/08/2022 às 10:19

A advocacia do passado e do presente de olho no futuro!

Advogado e Juiz-membro do TRE, Imagem - Arquivo Pessoal
Advogado e Juiz-membro do TRE, Imagem - Arquivo Pessoal

Mario Quintana disse certa vez que “o passado não reconhece seu lugar e está sempre presente”.

De fato, vivemos às voltas com o passado, o que é algo positivo, posto buscarmos nele a experiencia e o conhecimento para enfrentar os desafios do presente e projetar os objetivos do futuro.

Os debates sobre os pilares do Estado Democrático de Direito, o papel das instituições públicas, a luta por direitos das minorias, ou maiorias “minorizadas” nos espaços de poder, parecem um dejavuda história do Brasil, a confirmar a celebre frase do poeta.

O certo é que, seja no presente, seja no passado, que insiste em estar “presente”, a advocacia sempre desenvolveu papel fundamental na luta pelas liberdades e direitos dos cidadãos e cidadãs.

Isso porque como apontado por José Roberto de Castro Neves na obra “Como os advogados salvaram o mundo” a advocacia tem a “necessidade de vestir o sofrimento e a angústia do próximo, de sentir-se violado e agredido quando seu cliente é vítima de um mal injusto, impõe ao causídico o desejo de extinguir não apenas a iniquidade sofrida no caso que ele defende, mas em qualquer caso. Os advogados, assim, estão fadados a defender a sociedade”.

O advogado – e a advogada – é um sofredor da angustia alheia, um defensor voraz contra as injustiças, sejam elas individuais ou coletivas, e diante de um mal injusto não se cala, não retrai, ao contrário, quanto maior a agressão ao bem comum, às liberdades, mais a advocacia avança, como combatentes na trincheira,unidos e fortes em suas crenças.

Nesse revolver histórico em que vivemos, de discussão sobre nosso sistema democrático, é a advocacia conclamada a se posicionar e o fez de maneira isenta, sem ideologização política, no Manifesto publicado no último dia 8 de agosto, deixando claro que a“OAB não é apoiadora ou opositora de governos, partidos e candidatos. Nossa autonomia crítica assegura credibilidade e força para nossas ações de amparo e intransigente defesa ao Estado Democrático de Direito”.

Os advogados e as advogadas estão unidos nessa trincheira em prol do Estado Democrático de Direito, como estiveram Heráclito Fontoura Sobral Pinto, Raymundo Faoro e tantos “heróis” anônimos, advogados e advogadas das liberdades, equidade e direitos individuais.

No mês do advogado (a), celebrada no dia 11 de agosto, nada mais oportuno do que resgatar os exemplos de lutas da advocacia de outrora e conclamar que este passado convenientemente esteja presente.

Viva a Advocacia e a Democracia!

Vicente Lopes é advogado e juiz-membro do TRE-GO

A opinião deste artigo não necessariamente reflete o pensamento do jornal.