22 de dezembro de 2024
Operação • atualizado em 14/10/2022 às 17:03

Operação que investiga desvio de R$ 69 milhões do orçamento secreto no Maranhão prende duas pessoas

A operação 'Quebra Ossos' investiga um suposto esquema de desvio de emendas do SUS no Maranhão
PF prende dois em operação que investiga desvio de verbas do orçamento secreto. (Foto: Reprodução/PF)
PF prende dois em operação que investiga desvio de verbas do orçamento secreto. (Foto: Reprodução/PF)

A Polícia Federal (PF) prendeu, nesta sexta-feira (14) duas pessoas em uma operação que investiga um suposto esquema de desvio de emendas no Sistema Único de Saúde (SUS) no Maranhão. Um dos alvos teve o aval do relator-geral do orçamento secreto para direcionar R$ 69 milhões a municípios do Maranhão.

Segundo o jornalista Breno Pires, em suas redes, a operação foi batizada de ‘Quebra Ossos’ devido a uma das fraudes de 12 mil radiografias de dedo de mão na cidade de Igarapé Grande, no Maranhão. Além disso, segundo o jornalista, a atual secretária de Saúde da cidade foi afastada do cargo e também é alvo de busca e apreensão.

Ao todo, quatro empresas foram alvo de busca e apreensão, sendo 16 mandados que estão sendo cumpridos em 5 cidades do Maranhão e 2 do Piauí. Grande parte das prefeituras que fraudaram o SUS para levar emendas, fica no Maranhão.

Além disso a Justiça Federal autorizou o bloqueio de R$ 57 milhões de todos os 12 investigados, sendo 8 pessoas e 4 empresas.

Orçamento Secreto

O Orçamento Secreto surgiu com a criação de uma nova modalidade de emendas parlamentares no governo Bolsonaro. As emendas são recursos do Orçamento da União direcionados por deputados para suas bases políticas. Em 2021 e 2022, o Planalto destinou bilhões de reais para essas emendas de relator o que foi interpretado como uma forma de fazer barganha política com o legislativo.

De acordo com a Polícia Federal, os dois presos são os suspeitos de inserir dados falsos no SUS para desviar dinheiro público. Segundo a apuração da Controladoria Geral da União (CGU), um dos presos não tinha vínculo formal com a cidade de Igarapé Grande, no Maranhão, principal alvo de desvios, mas tinha o aval da Secretaria de Saúde para fazer lançamentos de dados de procedimentos em seus sistemas.

A apuração do órgão apontou que ele ainda foi responsável pelo cadastro de solicitações no Sistema de Indicação Orçamentária (SINDORC) da câmara dos Deputados, tratadas como potenciais destinações de emendas parlamentares, na ordem de R$ 69 milhões.


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