A Operação Contragolpe, deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira (19), desarticulou a organização criminosa responsável por planejar um golpe de Estado e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, os documentos são provas concretas da “participação direta do núcleo do governo [de Jair] Bolsonaro” nas articulações para assassinatos de Lula, seu vice Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, além de envolvimento nos atos golpistas do dia 8 de janeiro.
Conforme o ministro, as investigações mostram que o grupo que fazia o planejamento do golpe e dos assassinatos tinha claramente o objetivo de, através da força, impedir que Lula tomasse posse da presidência. “A suspeita da PF é de que reuniões possam ter ocorrido dentro da casa do Braga Neto, que nada mais é do que a figura que foi candidata a vice-presidente e que coordenava uma casa, lá em Brasília, que funcionava como quartel-general, inclusive para a organização dos acampamentos. São fatos extremamente graves que levam para uma outra dimensão e para outro patamar a participação direta do núcleo do governo Bolsonaro na ação”, detalhou Pimenta.
O ministro salientou que o movimento foi estimulado por Bolsonaro e financiado por pessoas próximas a ele. “Nós só não tivemos uma tragédia por um detalhe, que poderia ter acontecido no 8 de janeiro. Poderia ter acontecido no dia em que eles tentaram explodir o aeroporto”, disse.
Segundo ele, os documentos comprovam que houve participação ativa do ex-presidente Bolsonaro nas articulações. “No relatório, eles falam da necessidade de aniquilar a chapa, composta, então, pelo presidente Lula e pelo Alckmin, além de sequestrar para tirar a vida do Alexandre de Moraes. Segundo eles, havia a necessidade de que os três fossem aniquilados; fossem abatidos, para que a ação criminosa pudesse chegar ao seu objetivo”, detalhou Paulo Pimenta.
Pimenta reitera que as provas, agora concretas, serão fundamentais para os desdobramentos das investigações e futuro julgamento dos criminosos responsáveis. “Provavelmente nós temos, pela primeira vez, informações sobre a participação de oficiais da ativa e também de integrante da PF. Todos eles, pessoas muito próximas ao núcleo de poder do governo anterior. Por um computador do Mauro Cid, a PF encontrou os detalhes dessa operação”, afirmou.
Até o momento, o ex-presidente Bolsonaro não se manifestou publicamente sobre o assunto. À Agência Brasil, o advogado de Braga Netto, Luís Prata, disse que, antes de se pronunciar publicamente, precisa ter acesso à petição do STF.
Com informações da Agência Brasil
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