A Polícia Civil de Goiás prendeu nos últimos três dias, 73 homens acusados de praticarem violência contra mulheres. A Operação Marias foi apresentada nesta quarta-feira (27) pela Polícia Civil e segundo informações da Secretaria de Segurança Pública, o número deve aumentar até o fim do dia.
Os presos eram agressores que estavam com mandatos de prisão preventiva e temporária abertos, além de outros já condenados por crimes contra a mulher. A Operação ocorreu em todo o estado de Goiás, com mobilização de inúmeros agentes e inteligência da Polícia Civil.
A delegada Paula Meotti, titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), explicou que os presos de hoje são suspeitos de homicídio, agressão física, ameaça e crimes contra a honra. “A esmagadora maioria desses mandados de prisão são homens que já haviam praticado crimes anteriormente, contra as mesmas parceiras – ou até mesmo contra outras parceiras – e que foram presos preventivamente”, disse Meotti.
O governador Ronaldo Caiado (DEM), em coletiva após apresentação do balanço da Operação, afirmou que o recado da Marias é “mostrar que essas pessoas (agressores) não vão ficar impunes no estado de Goiás. Ele vai cumprir pena, vai ter que responder por um crime, não vai ser facilitada sua vida aqui no estado de Goiás”.
Segundo Caiado, o seu governo deve entregar o ano de 2019 com um “diferencial significativo” em relação ao número de feminicídios e agressões contra a mulher. No início deste ano, um ranking realizado pelo jornal O Globo colocou Goiás em terceiro lugar em casos de feminicídio.
“Vamos mostrar as mulheres do estado de Goiás que estamos trabalhando com eficiência e resultados”, comentou. O govenador ainda acredita que Operações como a realizada essa semana estimulem as mulheres a denunciar o agressor para que “o estado tome sua devida providência”.
Segundo o secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda, a polícia conseguiu solucionar que todos os crimes de feminicídio do estado deste ano foram solucionados pela Polícia Civil e seus autores foram presos. De acordo com ele, o número de registros esse ano foi menor do que de casos solucionados. “Isso é mais que eficiência, é o trabalho incessante contra a criminalidade do estado”, reiterou.
Para o secretário, a Operação Marias tem o objetivo de passar o recado para que “os agressores entendam que a conduta deles não vai passar impune e para que eles pensem duas vezes quando pensarem a usarem a força contra a mulher”.
Apoio
Questionado sobre o suporte dados pelo estado às vítimas, Caiado disse que é preciso ver as limitações, porém há vários ações para que as mulheres consigam seguir em frente após sofrer qualquer tipo de violência.
“Temos ações no sentido de fazer com que haja o passo seguinte. Nós temos que buscar uma condição de dar a elas uma continuidade de vida que não seja voltar para o agressor ou muitas vezes ficar naquele ambiente que não se sente seguro. São espaços que estão sendo trabalhados”, comentou
Entre as ações implantadas estão o Pacto Goiano Pelo Fim da Violência contra a Mulher, com destaque para a criação do aplicativo “Goiás Seguro”, que visa facilitar o acionamento da Polícia Militar pelo celular diante de um caso de violência; e a Sala Lilás, inaugurada na última segunda-feira, (25). Localizado na Superintendência de Polícia Técnico-Científica, o local exclusivo é para o atendimento de mulheres vítimas de violência.
Ainda no Pacto, foi determinado que todas as autoridades da Segurança Pública em Goiás (policiais civis e militares, agentes penitenciários e bombeiros) agora possuem a prerrogativa de algemar agressores e levá-los à delegacia mais próxima. No serviço público, nenhum cidadão envolvido em agressão à mulher será nomeado no Estado e o servidor público que cometer esse tipo de crime será exonerado.
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