A ‘Operação Jornada Legal’ realizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) aponta uma exaustiva carga horária dos motoristas profissionais. Além disso, a força tarefa também demonstra também que muitos utilizam substâncias químicas diariamente para evitar o sono.
Os dados da ‘Operação Jornada Legal’ apontam que 25,47% dos motoristas profissionais trabalham mais de 13 horas por dia e 56,6% trabalham, em média entre nove e 12 horas por dia. mostrou que 12,26% dos motoristas dormem apenas entre quatro e cinco horas por dia. A maioria (58,49%) diz que dorme entre seis e oito horas por dia. O intervalo para refeições é feito entre 30 minutos e 1 hora para 60,38% dos motoristas abordados.
Vale lembrar que a Lei dos Caminhoneiros determina 11 horas de descanso. Porém, 47,1% dos entrevistados para a ‘Operação Jornada Legal’ disseram fazer intervalo de menos de oito horas de descanso entre um dia e outro de trabalho. De acordo com dados da operação, um a cada quatro motoristas fiscalizados foram autuados por descumprirem a lei em relação ao descanso.
No total, a ‘Operação Jornada Legal’ colheu 106 respostas entre os dias 28 e 29 de novembro deste ano. Dessas respostas, 18,87% utilizam substâncias químicas, sendo que 2,83% disseram usar diariamente. Entre aqueles que trabalham mais de 16 horas, o número dos profissionais que confirmam que utilizam algum tipo de substância sobe para 50%.
A pesquisa não ficou apenas na especulação e os entrevistados foram submetidos a testes laboratoriais para detectar qual substância foi utilizada. Conforme dados colhidos nos últimos cinco anos, os números são alarmantes. a droga mais utilizada é a cocaína (70% dos motoristas), seguida por maconha (15%), opióides (10%) e anfetaminas (5%), o rebite.
“Um condutor extenuado perde a atenção e passa a ser um risco para ele próprio e para os outros usuários da rodovia”, afirma o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Antônio Fernando Oliveira. Ele explica que os caminhoneiros sofrem uma grande pressão com as demandas. Isso faz com que os profissionais não respeitem o horário de descanso e trabalhem além do horário permitido por lei.
Com informações da Agência Brasil